Da Imprensa da FUP – Para romper o preconceito e enfrentar as subnotificações relacionadas aos sofrimentos psíquicos causados pelo trabalho, foi criada em março deste ano a Rede Margarida. A FUP é uma das 29 entidades que integram atualmente o coletivo, que faz parte do Fórum Permanente da Unicamp sobre sofrimento mental e suicídio relacionados ao trabalho.
Nesta quarta, 20, o Fórum realiza uma série de debates, com participação de representantes da FUP e de sindicatos petroleiros. Durante o evento, será lançado o livro “Desse jeito não dá mais! Trabalho doente e sofrimento mental – Vol. 1”, organizado pelos pesquisadores da Unicamp, Márcia Bandini, Sérgio De Lucca e Agnus Lauriano.
A publicação, que “trata de como a desregulamentação do trabalho contemporâneo afeta negativamente as relações pessoais e sociais”, reúne artigos de diversos especialistas, acadêmicos e sindicalistas, entre eles o diretor da FUP, Raimundo Teles, que assina o Capítulo 20 – Qual é o Equipamento de Proteção Individual (EPI) para proteger a alma?.
O livro demonstra como “o aumento exponencial da exploração, da precarização e do autoritarismo na gestão resulta também em sofrimento mental” e investiga “a relação entre degradação do trabalho e enfermidades, entre as quais o suicídio”. A publicação também relata experiências e estratégias de resistência de trabalhadores, entidades sindicais, pesquisadores, órgãos de fiscalização, entre outros atores que lutam por um ambiente de trabalho saudável.
Parceria em pesquisa
Durante o seminário de SMS que a FUP e seus sindicatos realizaram no final de maio, pesquisadores do Laboratório de Estudos sobre Saúde e Trabalho (ESTER) da Unicamp solicitaram colaboração nos estudos que estão sendo desenvolvidos para investigar o grave quadro de sofrimento mental que aflige as trabalhadoras e os trabalhadores petroleiros.
O projeto pretende investigar o tema principalmente no Sistema Petrobrás, onde tem ocorrido diversos casos de assédios e tentativas de suicídios, muitas delas, infelizmente, consumadas.