Debate em memória do acidente da P-36 abordou o tema: “Efeitos da Precarização do Trabalho”

 

O Sindipetro-NF realizou na tarde de hoje (14), um debate em memória do acidente da P-36 abordando o tema: “Efeitos da Precarização do Trabalho”, no Auditório da sede em Campos, de 14h30 às 18h. O evento marca os 23 anos do acidente da P-36. O debate foi transmitido ao vivo pelo YouTube e está disponível através do link: https://www.youtube.com/watch?v=XpJtXtcrrHM.

Alexandre Vieira, Diretor do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, coordenou a Mesa: “Breve análise sobre a Bacia e o estado das áreas operacionais e plataformas”. Para a abertura da Mesa, foram convidados o professor e coordenador Gabriel Duarte, do IFF Campos e Paulo José dos Santos Souza, irmão da vítima Sérgio dos Santos Souza.

A programação tem o intuito de prestar homenagem às famílias que sofrem com a perda de seus entes queridos, além de conscientizar sobre todos os desafios enfrentados pelos trabalhadores offshore.

Compondo a mesa, participaram os palestrantes: Cloviomar Cararini, Analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DIEESE falando sobre “Desinvestimento”; Professor Ricardo Nóbrega – UENF, falando sobre “Processo e Precarização do Trabalho”; Eliana Felix – Fiocruz, abordando o tema “Saúde do trabalhador”; Maria das Graças – Assistente Social, destacando a importância do “Acolhimento do Serviço Social”; e ainda, representante dos familiares dos trabalhadores vítimas do acidente da P-36.

Em seu discurso breve, Paulo José falou da emoção de estar presente em mais um momento de homenagem. “Um momento de grande emoção, de nos encontramos para falar não só da dor, mas do que ela representa para nós, de como nos sentimos enquanto familiares. Falar do nosso sentimento de espera daquele familiar que não voltará, das pessoas que sofrem abusos  institucionais e de como buscamos superar a ausência de quem amamos a cada dia”.

Gabriel Duarte destacou a importância do conhecimento técnico na área de segurança do trabalho. “Me sinto honrado em estar presente num momento tão  importante em que a gente traz a lembrança da tragédia que marcou de forma tão sofrida o coração de todos os familiares. Eu trago hoje a minha contribuição, fazendo uma ponte entre a produção e a formação profissional porque é fundamental que estejamos bem preparados. Além da formação técnica, atuamos com a conscientização dos profissionais, construção do senso crítico, formação política, entre outras pautas primordiais para rotina de trabalho”.

Conforme Alexandre Vieira, há 23 anos, no dia 15 de março de 2001, as explosões na P-36 resultaram na perda de 11 vidas e no afundamento da plataforma e o propósito dessas iniciativas é avaliar as questões da segurança e saúde dos trabalhadores, e destacar a negligência das empresas, especialmente a Petrobrás, diante de tragédias e acidentes recorrentes.

“Diariamente recebemos dezenas de denúncias, relatos, reclamações, que são constantes e marcam o dia a dia de tantos trabalhadores e trabalhadoras. A nossa luta é pela melhoria de condições de trabalho em todas as suas esferas, mostrando como são problemáticos e devastadores os efeitos da precarização do trabalho”.

Amanhã, 15/03, haverá um Ato Público no Heliporto do Farol de São Thomé, de 7h às 11h, com a presença dos familiares das vítimas do acidente e panfletagem de material falando sobre “Sofrimento no Trabalho”.