Ainda há vagas nesta manhã para os interessados em participar, presencialmente, do debate “Efeitos da Precarização do Trabalho”, a partir das 14h30 às 18h, na sede do Sindipetro-NF em Campos (Inscrições aqui). O evento integra as atividades que marcam a passagem dos 23 anos do acidente da P-36 e terá transmissão ao vivo pelo Youtube do sindicato.
Além do debate hoje, o Sindipetro-NF promove, nesta sexta, 15, ato público no Heliporto do Farol de São Thomé, a partir das 7h. Confira abaixo a programação completa.
Os eventos são destinados à categoria petroleira e abertos a todo o público interessado nas discussões que envolvem a segurança do trabalho e a saúde do trabalhador. Haverá participação de familiares dos petroleiros vitimados pela “tragédia” da P-36 — que, em 2001, causou as mortes de 11 trabalhadores.
A programação realizada pelo sindicato tem o intuito de prestar homenagem às famílias que sofrem com a perda de seus entes queridos, além de conscientizar sobre todos os desafios enfrentados pelos trabalhadores offshore.
De acordo com Alexandre Vieira, coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, a entidade vai lembrar o acidente por meio de debates na programação. “Onze trabalhadores mortos. Esposas perderam seus maridos, filhos perderam seus pais, mães e avós sequer puderam enterrar seus entes queridos que ainda jazem no fundo do mar. As crianças que perderam seus pais há 23 anos, hoje são adultos e continuam a luta. Luta pela consciência dos trabalhadores para dizerem não à insegurança”.
Em editorial nesta na edição desta semana, o boletim Nascente, do Sindipetro-NF, também destacou a passagem dos 23 anos do acidente da P-36 e defendeu a priorização da defesa da vida. Confira:
P-36: razões para jamais esquecer
As atividades que o Sindipetro-NF promove todos os anos, próximas ao 15 de março, para lembrar a explosão e o afundamento da plataforma P-36, em 2001, são um reencontro necessário com o que mais importa. São um chamado — por meio não do único, mas um dos mais emblemáticos acidentes ampliados da indústria do petróleo — à reflexão acerca da noção de que a premissa de qualquer engenho humano deve ser a preservação da vida. Construímos isso como espécie e devemos isso como legado.
Nas relações de trabalho, não se podem tolerar cortes, omissões, economias, sob quaisquer pretextos, que atentem contra a vida — contra a saúde e a segurança, portanto. O Departamento de Saúde do Sindipetro-NF é historicamente vigilante em relação a isso. Não foram poucos os momentos em que a gestão da Petrobrás buscou fazer economias na área de SMS, com resultados imediatos na precarização das condições de vida dos trabalhadores.
Falar de P-36 se justifica por si. Mas é ainda mais. Falar de P-36 é falar do que nos faz humanos, do que nos diferencia dos burocratas que pensam com cabeça de planilha (expressão consagrada por Luís Nassif) e desumanizam o outro. Tratam trabalhadores como números ou peças substituíveis em um sistema mecânico.
É por isso que, mais uma vez, o sindicato agenda a homenagem, a lembrança e o debate para marcar a passagem dos 23 anos da “tragédia” da P-36. Onze companheiros mortos. Centenas de impactados diretamente, entre colegas de trabalho e familiares, todos sobreviventes. Isso não pode ser trivial, não pode cair no esquecimento. Deve ser um alerta permanente sobre o que somos e como devemos ser tratados, como humanos.
Nesta quinta, 14, o sindicato promove um seminário para debater a precarização da segurança. No dia seguinte, haverá o tradicional ato no Heliporto do Farol, com presença de familiares das vítimas.
Jamais esqueceremos!
Programação
Programação P36