29/10/2012 – 13:53
Um defeito no trem de pouso dianteiro impediu no último dia 25 que um helicóptero AW 139, prefixo PR-OMJ, pousasse na sonda SS-68, na Bacia de Santos. O voo era operado pela Omni. A aeronave teve que retornar para o aeroporto de Jacarepaguá, no Rio, onde fez um pouso de emergência. Havia oito passageiros e dois tripulantes a bordo. O voo levava trabalhadores da Petrobrás e da empresa ROV para unidades localizadas na Bacia de Santos e no Norte Fluminense.
“Após cumprir o trajeto de uma hora de voo, por volta das 14 horas, e ao tentar pousar no helideck, após tocar com o trem de pouso traseiro, escutou-se um estalo ruidoso na frente da aeronave. Quando o comandante baixou o bico a fim de finalizar o pouso, sentiu-se do interior da aeronave uma queda abrupta, quase tocando o piso. A equipe da sonda sinalizou então para elevar ou subir a aeronave, pois ocorreu um problema no trem de pouso dianteiro”, relatou um dos passageiros ao Sindipetro-NF.
Houve grande apreensão entre os trabalhadores, que voaram no retorno da sonda para o aeroporto sem saber se a tripulação teria sucesso no pouso de emergência em terra. Além disso, o voo com o AW 139 era desdobramento de outro voo, com um S-92, operado pela Líder Taxi Aéreo, que apresentou no dia anterior problema no computador central da aeronave e havia retornado para o aeroporto 18 minutos após a decolagem.
Manutenção
O Sindipetro-NF avalia que os casos demonstram que há deficiências na manutenção das aeronaves. A entidade cobrou explicações da Petrobrás sobre a ocorrência, que poderia ter se tornado mais uma tragédia, e recebeu da gerência de segurança de voo um relato com a versão da empresa sobre o episódio.
“A ocorrencia do AW 139 foi devido a um defeito no pino trava da bequilha e o procedimento da tripulação foi exemplar, cumprindo rigorosamente o previsto pelo manual de operações. Compreendemos a apreensão dos passageiros e não poderia ser diferente, mas observe que não houve risco a vida dos passageiros. O pouso foi realizado na base, como previsto e como já realizado outras vezes com os S76 da frota, sem qualquer problema. O pino foi substituído e toda frota de AW foi revisada”, argumentaram os representantes da empresa.
Sobre a ocorrência do dia anterior, com o S-92, a gerência afirma que houve uma colisão do rotor principal com um urubu, sem dano à aeronave, e o retorno para pouso no aeroporto foi um procedimento de segurança.
O AW 139
O modelo AW 139 voltou a ser utilizado recentemente, no final de setembro deste ano, depois de concluídas as investigações do acidente com uma aeronave do mesmo modelo, em 19 de agosto de 2011, que matou quatro trabalhadores. Em outra ocorrência, no dia 11 de outubro, como registrou o boletim Nascente 769, pilotos identificaram uma “rugosidade” no cone de cauda em um dos helicópteros deste mesmo modelo, na Bacia de Campos.
