Primeira Mão 1201 – Ao falar esta semana para os trabalhadores nos congressos da CUT e do MPA, a presidente Dilma Rousseff reagiu duramente contra “as ações conspiratórias” daqueles que classificou como “moralistas sem moral”, numa alusão a Eduardo Cunha, que sofre processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, e aos demais parlamentares acusados de corrupção que agem para derrubá-la.
Os “moralistas sem moral” citados por Dilma não se limitam ao Congresso Nacional. Na Petrobrás, estão entranhados há décadas na gestão da empresa, onde por muito tempo tiveram estreitas relações com Paulo Roberto Costa, Barusco, Cerveró e outros medalhões investigados pela Lava Jato. Hoje, fazem discursos moralistas, criminalizando o PT, e agem escancaradamente para detonar as conquistas que a categoria arrancou na luta.
Derrotar os “moralistas sem moral”, que tentam mergulhar o país em um longo e tenebroso retrocesso, é tarefa primordial da classe trabalhadora. Tanto para garantir as liberdades democráticas que custaram a vida de centenas de brasileiros, como para impedir que a Petrobrás e o pré-sal caiam de vez nas mãos dos entreguistas.
Impedir o golpe e o retrocesso
A democracia brasileira está sob sério risco. O STF teve que intervir para suspender o rito de impeachment armado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com apoio da oposição. A direita continua manobrando para impor no Congresso um processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff de forma inconstitucional e sem qualquer base legal.
Em meio a essa grave crise política, a CUT e o MPA realizaram dois congressos históricos, entre os dias 12 e 16, com participação da FUP e de seus sindicatos. Os trabalhadores do campo e da cidade, representados por cerca de sete mil delegados de vários estados do país, deixaram claro que estão prontos para enfrentar os golpistas e reafirmaram a unidade classista na defesa da democracia, da soberania e de uma nova política econômica que supere as dificuldades geradas pela crise, sem impor retrocessos ao povo brasileiro.