Dez anos depois, mais 145 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobrás

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Imprensa da FUP

Dia 15 de março é uma data que os petroleiros jamais esquecerão. Há dez anos, um acidente gravíssimo na P-36 causou a morte de 11 trabalhadores e fez afundar a maior plataforma da Petrobrás na época. O acidente transformou-se em símbolo da gestão neoliberal do tucanato, que sucateou a empresa, preparando-a para a privatização; terceirizou atividades essenciais; cortou e flexibilizou uma série de direitos da categoria e impôs uma política de SMS cujo objetivo era garantir os lucros dos acionistas, em detrimento da saúde e segurança dos trabalhadores.

De lá para cá, apesar da categoria ter recuperado, com muita luta e pressão, vários dos direitos que havia perdido, ainda não conseguiu avançar em dois embates fundamentais com os gestores da Petrobrás: o SMS e a terceirização, áreas onde as gerências locais continuam dando as cartas, independentemente do que é acordado pela FUP e sindicatos com o Corporativo da empresa. A complacência da direção da Petrobrás com esta situação faz perpetuar políticas de SMS e de terceirização herdadas de gestões neoliberais e conservadoras, cujos expoentes ainda encontram eco na empresa.
 
Ao longo destes últimos dez anos, mais 145 trabalhadores perderam a vida em função de uma gestão de SMS falida. Destes, 125 eram terceirizados e 20 pertenciam aos efetivos próprios da Petrobrás. Portanto, mais de 85% das vítimas dos acidentes tinham condições de trabalho diferenciadas, evidenciando a responsabilidade dos gestores da empresa nas mortes e mutilações destes trabalhadores.