Publicação produzida pela FUP lembra que em um primeiro de abril, como hoje, há 55 anos, um golpe militar mergulhou o País em duas décadas de torturas, mortes e suspensão da democracia que nunca poderá ser esquecido, mas jamais comemorado. A Federação também lembra que o atual governo, que enaltece torturadores e toma medidas contra os mais pobres, tem como projeto desmobilizar as entidades dos movimentos sociais, como os sindicatos.
“Assim como hoje, a classe trabalhadora, os sindicatos e as organizações populares foram os principais alvos da ditadura. Na Petrobrás e em outras estatais, trabalhadores foram ameaçados, perseguidos e denunciados por serviços internos de inteligência, que agiam articuladamente com os órgãos de repressão. Os sindicatos sofreram intervenções e os dirigentes foram perseguidos e reprimidos”.
A categoria petroleira teve um papel de destaque no enfrentamento à Ditadura. A publicação da FUP registra que “em 05 de julho de 1983, os petroleiros da Replan (SP) iniciaram uma das mais importantes greves da categoria, que logo em seguida teve a adesão dos trabalhadores da Rlam (BA). Foram sete dias de enfrentamento, em um movimento essencialmente político contra a ditadura, cujo estopim foi um decreto do general João Batista Figueiredo, para cortar direitos dos trabalhadores de estatais e reduzir efetivos”.
A repressão ao movimento foi pesada, mas não evitou que a paralisação dos petroleiros acabasse por se tornar o embrião de uma greve geral. “Os militares ocuparam as refinarias, intervieram nos sindicatos, cassaram as direções sindicais e demitiram 358 petroleiros. Dez dias depois, em 21 de julho de 1983, cerca de três milhões de trabalhadores das mais diversas categorias cruzaram os braços na primeira greve geral da ditadura militar. Em outubro do mesmo ano, a CUT foi fundada, tendo como principais eixos de luta o fim da ditadura, a revogação da Lei de Segurança Nacional e a garantia de liberdade e autonomia sindical”, conta a publicação.