Nesta sexta-feira, 30, os trabalhadores atenderam novamente ao chamado das centrais sindicais e realizaram mais um dia nacional de luta contra o PL 4330, o fim do fator previdenciário e pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e 10% do PIB para educação. Os petroleiros somaram-se às mobilizações, com atrasos e manifestações em diversas bases operacionais e administrativas do Sistema Petrobrás. A categoria também protestou contra os leilões de petróleo e reivindicou avanços da empresa nas negociações da campanha reivindicatória, que iniciou no mês de agosto.
Nas bases de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Duque de Caxias, Paraná/Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os trabalhadores próprios e terceirizados dos terminais, refinarias e unidades administrativas da Petrobrás aderiram às mobilizações, atrasando a entrada do expediente e participando dos atos realizados pelos sindicatos. Na UTE LCP, foi realizado atraso de duas horas.
Mobilizações a atrasos na entrada do expediente da Rlam, Regap e Reduc
No Norte Fluminense, a greve prevista para esta sexta e sábado, 30 e 31, foi adiada pelo sindicato, com o objetivo de preservar os trabalhadores das plataformas, diante do imenso contingente de pelegos que a Petrobrás embarcou desde o início da semana, inclusive pessoas estranhas à categoria, conforme relato dos trabalhadores embarcados. Com o objetivo de desgastar a equipe de contingência embarcada pela Petrobrás, a direção do sindicato apresentou aos petroleiros da Bacia de Campos essa estratégia, que já foi aprovada nas assembleias realizadas na maioria das plataformas.
Nas bases do estado de São Paulo, foi cortada a rendição dos turnos na Replan, Recap e no Terminal de Barueri, onde os trabalhadores estão mobilizados desde a zero hora. Na Replan, mais uma vez, a Petrobrás cometeu práticas antissindicais. Os ônibus que levavam os trabalhadores à refinaria foram desviados do caminho tradicional, impedindo que os petroleiros participassem das mobilizações. De acordo com informações do Sindipetro Unificado de São Paulo, os trabalhadores foram mantidos em uma mata nos arredores da Replan, de 6h às 11h30. Em assembleia realizada na troca do turno da manhã (6h), os trabalhadores próprios e terceirizados aprovaram o corte de rendição por oito horas. No entanto, as gerências da Replan impediram a liberação dos petroleiros cujos ônibus foram desviados pela mata para entrarem na refinaria à revelia da vontade dos trabalhadores.
Trabalhadores da Replan mantidos no meio da mata nos arredores da refinaria
No Paraná, a mobilização foi concentrada na Repar, com a participação de trabalhadores próprios e terceirizados, que atrasaram a entrada do expediente e participaram do ato, que também teve a adesão dos petroquímicos da Fafen, da montagem e manutenção industrial e dos trabalhadores da Gelopar, fábrica de refrigeradores. Petroleiros, petroquímicos e trabalhadores em montagem e manutenção industrial realizaram ato unificado contra o PL 4330, projeto de lei que escancara as terceirizações no país e precariza as condições de trabalho. O ato foi encerrado com uma grande marcha, com a participação de aproximadamente 3.000 trabalhadores.
Marcha de encerramento das mobilizações na Repar
Na Bahia, os petroleiros participaram de uma grande paralisação, que fechou a Rodovia BR 324, altura do município de Simões Filho, por onde passam os ônibus que transportam os petroleiros para os campos terrestres, Rlam, Pólo Petroquímico e Conjunto Pituba. Em Pernambuco, os trabalhadores fecharam o acesso à BR 101, entre 5h e 11h. A rodovia é um dos principais acessos ao Complexo portuário de Suape e outras cidades industriais.
Nas bases dos demais estados, as mobilizações também foram realizadas, mas, até o fechamento deste informativo, não tivemos informações detalhadas sobre os atos e mobilizações.