Diretores do Sindipetro-NF estiveram em todas os aeroportos e bases de terra, realizando atos pelo Dia Nacional de Luta contra a Privatização do Sistema Petrobrás. A data foi escolhida pela FUP porque nesse dia, há dois anos, acontecia o acidente com o navio-plataforma Cidade de São Mateus, da norueguesa BW Offshore e afretado à Petrobras, que deixou nove mortos e 26 feridos.
Durante a atividade, diretores conversaram com a categoria e panfletaram um boletim especial produzido pela Federação para marcar a data. Veja uma parte que explica porque privatizar a empresa é prejudicial ao país.
Privatizar não é solução
A história da Petrobrás é marcada por superações. Tem sido assim desde a sua criação nos anos 50. Da barreira tecnológica para exploração em águas ultra profundas às crises internacionais do petróleo, a empresa enfrentou várias dificuldades em sua trajetória. Sobreviveu aos mais diversos planos econômicos e resistiu às políticas neoliberais dos anos 80 e 90.
Mais uma vez, a Petrobrás está no olho do furacão. Além da atual crise internacional que derrubou os preços do petróleo, a empresa enfrenta as consequências de uma disputa política que a colocou no centro de um golpe de Estado, articulado para, entre outros objetivos, entregar o Pré-Sal e os ativos nobres da companhia ao capital estrangeiro.
Em todas as grandes crises que a Petrobrás enfrentou, os petroleiros foram determinantes para impedir as tentativas de privatização da empresa. Resistência que, mais do que nunca, se faz necessária agora. A greve de novembro de 2015 apontou para a sociedade que os trabalhadores têm propostas e alternativas para a recuperação da companhia e que a saída da crise não é através da privatização.
A Pauta pelo Brasil, cujo debate com os gestores da Petrobrás foi garantido na greve, mostrou que é possível superar os problemas financeiros da empresa sem que seja necessário vender ativos ou cortar investimentos estratégicos. A FUP e seus sindicatos apresentaram alternativas para o financiamento da dívida da companhia, de forma a preservar empregos, a integração do Sistema e, assim, retomar a sua função desenvolvimentista.
Algumas das propostas apresentadas chegaram a ser implementadas, como o alongamento da dívida e a realização de acordos de financiamento com estatais chinesas em trocas de barris de petróleo. A Petrobrás, no entanto, continua sendo gerida para atender ao mercado financeiro e às multinacionais. A ordem é cortar investimentos e vender ativos lucrativos a preço de banana para engordar o caixa dos banqueiros.
Só com mobilização os petroleiros conseguirão barrar esse desmonte. A greve de 2015 deu a senha. É chegada a hora da juventude assumir o legado de luta herdado das gerações anteriores e provar que está preparada para embates maiores.