Dieese: Pandemia acentuou desigualdade entre trabalhadores ocupados

[Com informações do Dieese e da Rede Brasil Atual]

Cerca de 36% dos trabalhadores ocupados em maio tiveram alguma perda no rendimento na comparação com a situação anterior à pandemia. A redução média do rendimento foi de 61%, de acordo com estudo divulgado pelo Dieese.

Além disso, 26,3 milhões de brasileiros declararam não ter trabalhado, nem tido condições de procurar emprego. Entre eles, 18,5 milhões afirmaram estar nessa situação por causa da pandemia.

O supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, observa que as perdas foram maiores entre os trabalhadores de serviços e do comércio. Por outro lado, militares e pessoas com cargos de direção tiveram perdas menores nos rendimentos. “A pandemia acentua também as desigualdades de remuneração entre trabalhadores que permaneceram ocupados”, afirmou, em entrevista ao Jornal Brasil Atual.

O levantamento mostra que os impactos da pandemia foram mais sentidos entre os trabalhadores informais. Mais da metade (56%) teve perda de rendimento. Em média, a renda dos informais teve redução de 36%, percentual que chega a 12% entre os trabalhadores com carteira assinada.

Victor acrescenta que parte dos trabalhadores continuaram em atividade, mas perderam renda e tiveram que recorrer ao auxílio emergencial. “É fundamental que o auxílio continue sendo pago até o fim do estado de calamidade pública, mantendo o valor de R$ 600. Esses ocupados tinham rendimento médio de R$ 1.427 antes da pandemia e, com a crise, perderam R$ 901. Ou seja, o auxílio ainda é insuficiente para complementar essa perda”, alertou.

Primeiros impactos da pandemia no mercado de trabalho:

> 18,5 milhões de brasileiros não trabalharam e não procuraram ocupação
> 19 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho
> 30 milhões tiveram alguma redução de renda


A análise completa do Dieese está publicada na 15ª edição do boletim Emprego em Pauta. Baixe o estudo aqui