Dilma ou Aécio? Seu voto definirá o futuro do país!

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PRIMEIRA MÃO – Os brasileiros voltam às urnas no domingo e desta vez será para definir que rumos o nosso país seguirá nos próximos quatro anos. As diferenças entre os  projetos defendidos por Dilma e Aécio ficaram ainda mais evidentes nas últimas semanas. A principal delas diz respeito ao papel que o Estado terá em seus governos e para quem governarão. Os trabalhadores que viveram as políticas do PSDB e PT nas duas últimas décadas conhecem na prática as diferenças gritantes entre os dois projetos.

Já os 37 mil novos petroleiros que ingressaram na Petrobrás através dos concursos realizados a partir de 2003 (muito mais do que todo o efetivo que restou na empresa no final dos anos 90) ainda têm dificuldades para entender o que representaram para a classe trabalhadora os oito anos de neoliberalismo do PSDB. O desmonte do Estado brasileiro e da Petrobrás, o escândalo das privatizações, a desresgulamentação do setor financeiro, a flexibilização dos direitos trabalhistas, o arrocho salarial, o desemprego são parte do legado da chamada “era FHC” que os mais jovens só conhecem através da internet.

A ofensiva conservadora no Congresso Nacional, com fortalecimento das bancadas empresarial, financeira e do agronegócio, aponta um cenário mais difícil para a classe trabalhadora. Com essa conjuntura, a vitória de Aécio significaria a liberação da terceirização para as atividades-fim, a precarização de direitos, o avanço do trabalho escravo, o congelamento do salário mínimo, o fim das políticas sociais, arrocho, desemprego, especulação financeira e tudo mais o que o Estado Mínimo prega.

Nas últimas semanas, os boletins da FUP alertaram os petroleiros sobre as diferenças de projetos entre a candidatura de Dilma, que tem o apoio de todos os partidos de esquerda e dos movimentos sindicais e sociais, e a de Aécio, cuja composição política representa a nova e a velha direita, a classe empresarial, os banqueiros e as multinacionais. Compare as propostas, converse com os companheiros mais antigos e projete para o futuro o resultado do seu voto.

 

Mídia usa denúncias de corrupção para manipular o eleitor

A apuração das denúncias de irregularidades em contratos da Petrobrás, assim como várias outras operações conduzidas com independência pela Polícia Federal,  é um divisor de águas no combate à corrupção no Brasil. Todos os envolvidos no esquema já estão sendo punidos e os valores desviados, deverão ser ressarcidos à empresa. Inadmissível é a manipulação político-eleitoreira dos fatos para enfraquecer a Petrobrás, através de uma campanha diária de desconstrução da empresa feita pela  mídia. Segundo levantamento do Manchetômetro, nos últimos meses a empresa foi 289 vezes manchetes do Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo.

Em sequer uma das matérias, a imprensa revelou as relações de Paulo Roberto Costa com a família Aécio Neves e com o governo FHC. O foco foi tentar fazer dele uma espécie de herói às avessas, travestido do “homem bomba” que poderia detonar  a reeleição da presidenta Dilma. Nada se apurou sobre o período em que ele ocupou cargos estratégicos na Petrobrás no governo do PSDB, como a diretoria da Gaspetro. Além disso, a mídia continua omitindo que o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), padrinho  político de Paulo Roberto, é  primo de Aécio Neves.

 

Aécio não engana os petroleiros

Favorecido pela mídia, o candidato tucano transformou a Petrobrás em um mantra de sua campanha, usando a velha tática do morde e assopra, que não engana ninguém. Acusa a empresa de ter sido “destruída” pelos governos do PT e promete que irá “reestatiza-la”. Chega a ser cômico. Não faz muito tempo, a Petrobrás estava na lista de privatizações do governo do PSDB. Os tucanos quebraram o monopólio da empresa, sucatearam, fragmentaram e privatizaram parte da estatal; entregaram um terço das ações à Bolsa de Nova Iorque e quase trocaram o seu nome  para Petrobrax.

 

Bloomberg escancara intenções privatistas de Aécio para a Petrobrás e o pré-sal

Em um longo artigo divulgado no exterior pela Bloomberg, maior agência internacional de notícias para o mercado financeiro, Aécio Neves é citado como o candidato que representa os interesses das multinacionais de petróleo que operam no Brasil. A matéria foi publicada no dia 10 de outubro, com o título original “Shell to Halliburton Seen Winning With Brazil’s Neves”, cuja tradução mais próxima é: “Da Shell à Halliburton, o setor ganhará com a vitória de (Aécio) Neves”.

A esperança dos cartéis internacionais de petróleo de serem favorecidos com uma vitória de Aécio Neves deve-se ao fato de que o tucano já acenou que irá alterar o modelo de exploração do pré-sal e abrirá ainda mais a Petrobrás para o capital privado. “O candidato da oposição Aécio Neves promete leiloar licenças de exploração com mais frequência, aumentar os preços dos combustíveis e facilitar o processo legal e burocrático para as petroleiras estrangeiras”, destaca o texto da agência.

A Bloomberg ouviu Robbert Van Batenburg, diretor de estratégia de mercado da Newedge, uma badalada corretora de ações norte-americana, que foi categórico:  “Se Aécio Neves ganhar, ele vai abrir (o pré-sal) aos investidores estrangeiros”. Os jornalistas que escreveram o artigo lembram que o  PSDB já havia aberto o setor para as multinacionais no final dos anos 90 e que Aécio tem como consultora de enegia a economista tucana Elena Landau, a quem se referem como a “dama de ferro das privatizações no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

A matéria cita uma declaração de Elena contrária ao papel da Petrobrás como operadora única do pré-sal: “Isso restringe a concorrência. As empresas estrangeiras não são muito valorizados por este governo, como se elas fossem irrelevantes”. A mesma opinião é compartilhada por Adriano Pires, ex-superintendente da ANP, que também foi ouvido pela Bloomberg, já que é consultor e coautor dos projetos de Aécio Neves para o setor petróleo. Suas declarações foram de que “o  monopólio do produtor estatal sobre o pré-sal precisa ser revisto” e “muita coisa terá que mudar”. 

Atuação predatória das multinacionais

Desde que o governo do PSDB quebrou o monopólio da Petrobrás sobre o setor petróleo, nenhum investimento siginificativo foi feito pelas operadoras privadas no Brasil. Não fizeram sequer uma encomenda à indústria naval nacional. Além disso, essas empresas atuam com plataformas 100% terceirizadas, sem qualquer controle das atividades e condições de trabalho, pois as multinacionais têm uma postura totalmente antissindical.

A Statoil, por exemplo, que depois da Petrobrás é a principal produtora de petróleo no país, emprega apenas 200 trabalhadores próprios, todos em escritório. Nas atividades offshore, contrata plataformas no exterior e terceiriza toda a exploração e produção. Ao longo de quase duas décadas de abertura do setor, nem a própria ANP sabe o que acontece a bordo destas plataformas, muito menos o que as operadoras privadas fazem com o petróleo que extraem do Brasil já que, pelo modelo de concessão, elas detêm a propriedade integral deste recurso e, normalmente vendem para quem paga mais.

 

Em defesa da energia, Dilma presidenta!

Manifesto da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia

Para as entidades que integram a Plataforma – que reúne petroleiros, eletricitários, engenheiros, atingidos por barragens e camponeses – o projeto político de Aécio Neves representa a perda da soberania energética. Leia a íntegra do manifesto divulgado no último dia 20:

Queridos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

Nesta semana decisiva das eleições no país, nós da Plataforma Operária e Camponesa da Energia, formada pelas organizações que representam os trabalhadores e trabalhadoras petroleiros, eletricitários, engenheiros, atingidos por barragens e camponeses, queremos fazer um chamamento público a todos e todas para elegermos Dilma presidenta do Brasil.

A candidata Dilma Rousseff representa melhores condições para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Apesar de todos os limites, a trajetória dos governos Lula e Dilma demonstra compromisso com o emprego, aumento de salário, educação pública e gratuita, universidades, mais médicos e tantas outras políticas sociais que reduzem as desigualdades entre ricos e pobres. Representa também um projeto onde o povo brasileiro pode sonhar com melhores lutas, mais conquistas e uma vida cada vez melhor.

O candidato Aécio Neves representa o retrocesso, o projeto das elites mais conservadoras que tanto oprimiram e humilharam o povo ao longo de décadas. Elites que pregam o preconceito, a discriminação e o ódio, em especial contra os trabalhadores e as trabalhadoras mais pobres. Ele é o candidato dos banqueiros, do capital financeiro internacional. Temos plena consciência que Aécio representa desemprego, arrocho salarial, perseguição, redução de direitos e políticas sociais, privatização e entrega do patrimônio público ao controle das grandes empresas internacionais. É um projeto que vai contra os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras.

Na política energética nacional, Aécio representa a perda de soberania energética. Seu objetivo é a privatização da Petrobrás e a entrega do petróleo, em especial do pré-sal, ao controle das empresas estadunidenses. No setor elétrico nacional vai significar a entrega total da energia elétrica ao capital especulativo, principal responsável pelas altas tarifas nas contas de luz.

Nossas organizações, de forma conjunta, construíram uma série de Propostas para um projeto energético popular, com soberania, distribuição da riqueza e controle popular, as quais chamamos de Compromissos com o povo brasileiro na política energética nacional. Eleger Dilma representa melhores condições para fazermos avançar o Projeto Energético Popular.

Frente a este momento decisivo, gostaríamos de fazer um chamamento e convocar todos e todas, trabalhadoras e trabalhadores, para eleger Dilma presidenta. A hora exige disputar o coração e a mente de cada um, de porta em porta, de rua em rua, de bairro em bairro, de cidade em cidade, todos os dias até a vitória final.

Venceremos o preconceito, o ódio e o retrocesso.

Para o melhor ao povo brasileiro e à nossa Pátria, elegeremos Dilma Presidenta da República.

Brasil, 20 outubro 2014

 

Plataforma Operária e Camponesa para Energia!

FUP – Federação Única dos Petroleiros

FNU – Federação Nacional dos Urbanitários

FISENGE – Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros

MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens

Sindieletro MG, STIU-DF, Sinergia CUT, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), Intercel, Intersul, Senge PR, Senge RJ, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP),Via Campesina Brasil.