Diretor da Petrobrás afirma que empresa será vendida em fatias

Durante a feira Rio Oil & Gas, o diretor de refino e gás da Petrobras, Jorge Celestino, afirmou que o objetivo da atual gestão é criar empresas que controlem refinarias e a infraestrutura logística dedicada às unidades e vender fatias a empresas privadas. Para facilitar ainda mais a flexibilidade dos novos compradores em suas operações, a Petrobrás vai incluir ativos de logística de petróleo e combustíveis no processo de venda de participações em refinarias, que deve ser iniciado no ano que vem.

Ativos de logística são terminais de importação e exportação no litoral e os dutos que os conectam às refinarias. Por exemplo, as refinarias de São Paulo são abastecidas pelo terminal de São Sebastião, no litoral norte, por onde a Petrobrás descarrega o petróleo e carrega os derivados para exportação. Celestino não quis adiantar se as novas empresas terão apenas uma ou mais refinarias. Segundo ele, o modelo será apresentado ao conselho de administração da estatal até o final do ano.

“É um modelo que dá ao investidor gestão sobre as suas margens”, explicou o executivo. Isso é, o sócio poderá decidir sobre o fornecimento do petróleo e o destino dos derivados produzidos. A busca por sócios em refinarias é uma novidade do plano de negócios da Petrobrás divulgado em setembro, que prevê a arrecadação de US$ 19,5 bilhões em vendas de ativos durante 2017 e 2018. Celestino disse que “o objetivo é gerar recursos para a estatal”, porém, o discurso é contraditório, já que defende a privatização e a entrega do patrimônio público ao capital estrangeiro.