A Petrobrás acaba de demitir o petroleiro Alessandro Trindade, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), por justa causa. A empresa alega que o empregado participou da ocupação denominada Campo dos Refugiados, no terreno da petroleira, em Itaguaí. Alessandro de fato esteve no local, mas representando o grupo Petroleiros Solidários, que distribui cestas básicas para a população carente, com doações de trabalhadores da Petrobrás.
O movimento Petroleiros Solidários começou no início da pandemia, quando o desemprego, que já tinha números alarmantes, aumentou substancialmente. Alessandro criou, na ocasião, este movimento e vem, desde então, contando com a ajuda de vários trabalhadores e trabalhadoras da empresa. Já foram distribuídas 4 mil cestas básicas. Junto ao Sindipetro-NF, Alessandro também participa da ação do gás a preço justo, comercializando o botijão a 40 reais; já foram 2 mil botijões de gás de cozinha vendidos a preço justo em diversas comunidades do Rio de Janeiro.
Quando o terreno foi ocupado, avisaram ao Sindipetro-NF e à FUP, para que conseguissem alimentos para as famílias. Alessandro, diretor do sindicato, prontamente atendeu ao pedido de levar cestas básicas àquelas pessoas, que não tinham o que comer. A Petrobrás, então, acusou o sindicalista de fazer parte da organização daquela ocupação, quando na verdade ele faz parte da organização do movimento Petroleiros Solidários, que leva alimentos a quem precisa.
“O sindicato não vai silenciar diante desta injustiça. Continuaremos lutando junto à toda a categoria petroleira por comida no prato de todo o povo brasileiro. Vamos buscar todos os recursos possíveis, para reverter esta demissão injusta”, disse Tezeu Bezerra, coordenador geral do Sindipetro-NF.
[Foto: Alessandro em uma das muitas atividades de solidariedade em que atua em comunidades em vulnerabilidade social]