Enquanto propõe aos trabalhadores reajuste zero, Castello Branco quadruplica a sua remuneração e a dos demais integrantes da diretoria da Petrobrás. Juntos, eles consumirão R$ 43,3 milhões da receita anual da empresa, o que representa uma média de R$ 400 mil mensais para cada um. A gestão informou à imprensa que o aumento da remuneração está alinhado “ao novo foco da Petrobras de valorizar a meritocracia e maximizar os resultados.”
Ou seja, a gestão Castello Branco aproveita-se da pandemia não só para acelerar as privatizações e reduzir gastos às custas dos trabalhadores, mas também para premiar os que contribuem para o desmonte da empresa e do ACT.
As medidas de resiliência impostas aos trabalhadores em abril, com cortes de direitos e reduções de salários, pelo visto serviram para bancar o reajuste da diretoria. Mais de 20 mil trabalhadores do administrativo teve que amargar 25% de redução salarial e milhares de outros petroleiros de áreas operacionais foram sumariamente desimplantados do turno, com impactos de 50% em suas remunerações.
A FUP denunciou na época que se a Petrobrás suspendesse a distribuição de dividendos aos acionistas e o pagamento de reajustes, bônus e programas de remunerações variáveis para os gestores, pouparia R$ 4,406 bilhões, praticamente o dobro dos 2,4 bilhões que anunciou que economizaria com as medidas de resiliência. [Veja aqui]
Enquanto exige sacrifício dos trabalhadores, a gestão Castello Branco protege os interesses da diretoria e dos acionistas a quem destinou mais R$ 1,7 bilhão em plena pandemia, lembrando que eles já haviam recebido R$ 9 bilhões em 2019. Só para ter uma ideia do que isso representa para os trabalhadores, os R$ 10,7 bilhões pagos aos acionistas equivalem a quase o dobro do que a Petrobras investe em SMS.
Que desculpa a diretoria da Petrobrás usará se insistir em desmontar o Acordo Coletivo e continuar impondo perdas salariais aos trabalhadores?
[Texto FUP/Imagem:figurinha dos grupos de aplicativos de mensagem da base]