Vigílias em frente às unidades e suspensão de PTs
Nas trocas de turno de terça (26) para quarta-feira (27), os petroleiros iniciam uma vigília de 24 horas em frente às unidades do Sistema Petrobrás, evolvendo também os trabalhadores do regime administrativo e os terceirizados. Além da luta contra o surbônus e por uma PLR transparente e democrática, a categoria também protestará contra a política de SMS que mata os trabalhadores, o desmonte da AMS, a morosidade na implantação do PP-2 na Transpetro, entre outras questões que irão pautar a campanha reivindicatória deste ano. Paralelamente às vigílias do lado de fora das unidades, os trabalhadores que estiverem na operação deverão realizar operações padrão, suspendendo a emissão de PTs.
Nesta sexta-feira, 22, os sindicatos da FUP iniciaram os seminários regionais de qualificação de greve, que estão discutindo com os trabalhadores novas estratégias para fortalecer a categoria no enfrentamento com a Petrobrás. Tanto os seminários de greve, quanto as mobilizações do dia 27 foram apontados de forma consensuada e unânime por todos os sindicatos no Conselho Deliberativo da FUP. Esses encaminhamentos refletem a decisão das assembléias, onde os trabalhadores aprovaram estado de greve e condicionaram o acordo da PLR ao compromisso da Petrobrás em não reeditar o surbônus.
A categoria sabe que esta campanha vai muito além da questão econômica. O que está em xeque é a correlação de forças entre os trabalhadores e as gerências. Permitir a volta do surbônus, além de um retrocesso nas nossas conquistas, fortalece aqueles que já tentaram privatizar a Petrobrás e que de tudo fazem para atacar nossos direitos e assediar os trabalhadores. Nas mobilizações desta quarta-feira, é preciso mais uma vez reafirmar para os gestores da empresa que com surbônus, não tem acordo!
Petrobrás cria novas regras para distribuição de níveis, sem discussão com os trabalhadores
Às vésperas da mobilização nacional por uma PLR transparente e sem privilégios, a Petrobrás anuncia uma nova política de avanço de nível e promoção, numa tentativa de desmobilizar a luta da categoria contra o surbônus. Apesar de afirmar que as novas regras nada têm a ver com o PCAC, as mudanças feitas unilateralmente pela empresa afetam, sim, o plano de cargos e reafirmam a necessidade de abertura de um novo processo de negociação com as representações sindicais. Em vários fóruns com as gerências de RH, a FUP há muito tempo vem cobrando isso, deixando claro que os trabalhadores têm propostas de melhorias para o plano de cargos.
Se por um lado a Petrobrás acelera a progressão salarial, pleito que faz parte das propostas da FUP para melhorias no PCAC, por outro concentra ainda mais poder para as gerências no processo de avaliação. Ao acelerar o avanço automático de níveis para os trabalhadores situados na categoria Júnior, a empresa evidencia ainda mais suas segundas intenções. São justamente esses petroleiros que têm sido contemplados nas lutas da FUP por uma PLR igualitária e sem privilégios. É necessário, portanto, um novo processo de negociação do PCAC para que os trabalhadores se posicionem e possamos garantir uma política de avanço de nível e promoção que seja de fato transparente, com critérios claros e objetivos, evitando que os “amigos do rei” continuem sendo agraciados, em detrimento dos demais trabalhadores.
Luta da FUP contra privilégios vai além dos fóruns com a Petrobrás
A luta da FUP por uma PLR transparente, democrática e sem privilégios extrapola os fóruns de negociação com a Petrobrás. Além da reunião com o presidente José Sérgio Gabrielli no último dia 13, a FUP denunciou no último dia 19 ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a tentativa da empresa reeditar a imoral política de bônus, que os trabalhadores suspenderam no governo Lula.
Recentemente, a FUP também teve uma audiência com o Procurador do Trabalho, João Batista Berthier Leite Soares, para discutir os desdobramentos da denúncia feita no ano passado em relação ao bônus pago pela Petrobrás, logo após o fechamento da campanha da PLR. Ele ressaltou que não há ilegalidade no pagamento de bônus, mas concordou em abrir um inquérito para apurar a denúncia da FUP de que os valores recebidos pelas gerências e cargos comissionados foram um complemento da PLR, o que configura descumprimento de acordo.
No início de julho, a FUP reuniu-se também com o diretor superintendente do Dest, Murilo Francisco Barella, para cobrar uma resposta do Ministério do Planejamento sobre a proposta dos trabalhadores para as PLRs futuras. O diretor alegou dificuldades em relação aos 25% dos dividendos pagos aos acionistas, conforme cobram os trabalhadores, propondo que o pleito gire em torno de uma média dos percentuais historicamente conquistados nas negociações com a Petrobrás. A FUP reiterou que continuará defendendo a proposta da categoria.
Cai a máscara dos divisionistas
O que move os divisionistas é a disputa constante com a FUP, mesmo que tenham que colocar em risco as reivindicações dos trabalhadores. Isso não é novidade para ninguém. Muito menos para as bases dos sindicatos que são reféns deste agrupamento manipulado pelo PSTU/SemLutas. O fato é que nesta campanha da PLR, está mais claro do nunca o papel que cumprem os divisionistas no processo que impuseram de enfraquecimento da organização nacional dos petroleiros. Além de se omitirem em relação ao surbônus, estão escancaradamente servindo de correia de transmissão das gerências da Petrobrás, sem apontar para os trabalhadores alternativas de luta ou sequer politizarem o debate.
Se na disputa da PLR, os divisionistas estão agindo desta forma, imagine na campanha reivindicatória, onde os desafios serão ainda maiores? Mais do que nunca, é urgente que os petroleiros fortaleçam a unidade nacional em torno da FUP.
Governo reconhece necessidade de novas políticas de SMS e de terceirização na Petrobrás
Em reunião com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, no último dia 19, a FUP, os eletricitários e o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) tornaram a denunciar a situação caótica que vivem os trabalhadores nos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás, em função da insegurança e da precarização geradas pela terceirização. Desde o governo passado, a FUP vem reiterando a urgência de mudanças na gestão de SMS e na política de terceirização da Petrobrás, chegando a apresentar à presidenta Dilma um levantamento das mortes por acidentes de trabalho na empresa, desde 1995. O ministro declarou que governo federal quer discutir esta questão com as representações sindicais e propôs a realização de um fórum com participação dos trabalhadores, da Petrobrás e da Eletrobrás.
Leia a íntegra da matéria na página da FUP: www.fup.org.br/noticias.php?id=5288
Bahia passa a ter dois sindicatos: Sindipetro e Sindquímica
Em assembléia realizada no último dia 16, os químicos e petroleiros do estado da Bahia aprovaram por unanimidade a criação do Sindipetro-BA e do Sindquímica-BA. A decisão consolida a deliberação do Congresso da categoria, realizado nos dias 29 e 30 de junho, de dissolução e desmembramento do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico/Petroleiro. Essa deliberação teve como base a tese de conjuntura apresentada por todas as forças políticas que compunham a junta governativa do antigo Sindicato. Tanto no Sindipetro-BA, quanto no Sindquímica-BA, os trabalhadores reafirmaram a filiação à FUP, CUT e CNQ. O diretor da FUP, Paulo César Martin, assumirá a coordenação do Sindipetro.