Editorial do Nascente: A luta não para

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Poderia se dizer, neste espaço, que a luta contra o golpe não terminou nesta semana, após a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, em razão de que a presidenta ainda pode voltar ao cargo, decorridos o prazo máximo de 180 dias para que o Senado vote definitivamente o mérito no plenário. Mas não é este o caso.

A luta contra o golpe não terminou porque ela é para sempre. Trata-se da luta contínua contra todas as formas de golpes contra os trabalhadores e os mais pobres, o povo oprimido, os excluídos pelo capitalismo.

Tempos sombrios de desânimo como o que vivemos no Brasil devem servir de combustível para mais luta. É hora de renovar energias para enfrentar o cenário hostil que se agravará nos próximos meses e, talvez, anos.

Ao mesmo tempo em que as esquerdas não poderão abandonar a presidenta Dilma neste período de afastamento, é vital reunir forças para enfrentar a iminência de um retrocesso brutal em direitos trabalhistas, conquistas sociais e até mesmo em avanços civilizatórios.

Como registrado pelo Sindipetro-NF em texto de análise de conjuntura divulgado nesta semana no site da entidade, sobre o modo como a direita se aproveita de um momento político crítico para atacar direitos, “essa bem engendrada máquina de desmonte do estado social estruturado no pós-2003 está baseada nos mesmos fundamentos que, de modo cíclico, se insurge para atacar o nacionalismo que deu origem à Petrobrás, o conjunto de direitos previstos na CLT, as conquistas sociais previstas na Constituição de 1988 — até hoje não regulamentadas em sua plenitude e não cumpridas efetivamente em vários campos —, as organizações dos trabalhadores, a luta pela terra, os direitos das minorias, entre tantos outros que procuram universalizar o acesso a bens, ao conhecimento e à liberdade”.

E ainda como pontuado pela análise, “é sempre uma luta de fluxo e contra-fluxo, onde não cabe a ilusão de que os avanços estão necessariamente garantidos em uma trajetória evolutiva. A história não é linear”.

O momento é de fazer autocrítica, reavaliar as perspectivas de futuro, reforçar os laços internos e seguir adiante. A luta não para.

 

[Leia aqui a edição completa do Nascente 939]