Editorial do Nascente: Debates que qualificam a luta

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Durante o XVII Confup, muitos delegados, delegadas e dirigentes sindicais comentaram que esta edição do congresso foi uma das melhores. Claro que cada momento guarda as suas dificuldades e comparações são sempre imprecisas. Uma categoria como a petroleira já realizou tantos congressos históricos, em cenários cruciais da vida brasileira, que é difícil e até mesmo desnecessário estabelecer alguma medida de sucesso para um evento específico, quando o verdadeiro sucesso se dá é na luta constante.

No entanto, há um aspecto que merece ser registrado, e que certamente foi o que motivou as falas elogiosas de tantos participantes: o nível elevadíssimo dos expositores das mesas de debates. Ao mesmo tempo em que se posicionavam politicamente com clareza, os painelistas apresentavam dados que sustentam a luta e qualificam a intervenção.

Um dos destaques, entre tantos, foi a pesquisadora do Instituto de Economia da UFRJ, Denise Lobato Gentil, que demostrou com uma incrível solidez o erro trágico da política de ajuste fiscal do governo, provando que ela é que levará a Previdência a quebrar, e não o contrário. “O governo age como se o crescimento econômico fosse algo desnecessário. O importante é cortar gasto público [na visão do governo]”, argumentou.

A pesquisadora mostrou como o resultado da Previdência é determinado de fora para dentro, com a sua falência sendo consequência do corte radical nos investimentos sociais, da renúncia de receitas de contribuições sociais, dos juros elevados, do câmbio valorizado, da redução do crédito público, entre outros fatores que retraem a atividade econômica e, consequentemente, comprometem as contas previdenciárias.

A receita neoliberal do governo está condenando o País a uma realidade de queda no investimento agregado, redução da produção industrial, redução do consumo das famílias, aumento do endividamento e elevação do desemprego. O objetivo desse caminho intencionalmente adotado é o de reduzir salários e desmontar os movimentos sociais. Trata-se de uma encomenda do sistema financeiro.

De volta às suas bases após estes dias de debates, as lideranças estão mais energizadas e qualificadas para a luta. A categoria resistirá e vencerá esta sucessão de golpes contra os trabalhadores.

 

[Nascente 1004]