Editorial do Nascente: Dias de Luta

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Do Boletim Nascente 935

Qualquer que seja o resultado da tentativa de golpe anunciada para deste domingo, 17, só há uma saída para os trabalhadores: continuarem mobilizados nas ruas. Caso a presidenta Dilma fique no cargo para qual foi eleita, precisará efetivamente passar a cumprir o programa pelo qual foi eleita. Mas caso os golpistas concretizem o golpe, o cenário é ainda mais aterrador, com possibilidade de guerra civil combinada com cortes avassaladores em direitos trabalhistas e sociais.

Na primeira hipótese, estará claro para a presidenta que ela terá o dever moral de voltar as costas para os golpistas e governar com o povo e para o povo. Não há mais trégua possível em relação àqueles que, mesmo tendo enriquecido ainda mais durante os governos recentes, colocam o ódio de classe acima até mesmo dos interesses do bolso, pois fazem o país mergulhar em crise profunda apenas para dar vazão ao desejo de impedir a ascensão popular.

Dilma terá que dar uma guinada definitiva à esquerda e passar a fazer ajuste fiscal de qualquer forma que não seja aquela que penaliza o trabalhador. É como disse o ex-presidente Lula no emocionante ato da última segunda, 11, no Rio: “O pobre não é problema, é a solução desse país. Olha, dê um bilhão para o [empresário Jorge] Gerdau, que ele vai investir ao longo prazo. Vai comprar título do tesouro, ganhar 14,5% e depois vai investir. Vai demorar anos para gerar empregos. Agora, dê cem reais para uma mulher pobre que meia hora depois ela vai no mercado comprar pão, comprar leite, comprar feijão, comprar carne, comprar uma meia, comprar um sapatinho para criança… Ela vai transformar aquele dinheiro numa coisa que vai rodar a roda gigante da economia e esse país vai poder voltar a ser feliz.”

Na segunda hipótese, da efetivação do golpe, a luta será ainda mais árdua, pois a direita virá com apetite voraz para tentar desfazer tudo o que foi feito desde 2003. E tem, com a parceria de um piores congressos da história brasileira, todas as condições formais para isso. Só a rua poderá impedí-los.

Todos à luta, sempre. E que não ousem duvidar da capacidade de resistência da classe trabalhadora.

 

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