Há um vídeo destes virais, que circulam pelas redes sociais, que simula uma entrevista de rua, onde é perguntado a um pedestre quantas mortes são razoáveis em acidentes de trânsito para um determinado contingente populacional. Um pesquisador indaga se 70 seria aceitável, em uma cidade de milhões de habitantes. O entrevistado responde que sim. Neste momento, dobram a esquina 70 integrantes da sua família, e o entrevistador questiona novamente: seria aceitável?
O mesmo se aplica a acidentes do trabalho. Como também diz o vídeo, “todo mundo é importante para alguém”. Se a gestão da Petrobrás e das empresas privadas do setor petróleo tratam os petroleiros como números, os trabalhadores não podem fazer o mesmo.
Por isso, um dos compromissos fundamentais que tem atravessado gerações de petroleiros é o de não arrefecer no combate à insegurança. Uma das formas de fazer isso é rememorar grandes tragédias. Cada vida perdida para a negligência da gestão é uma tragédia em si mesma, mas aquelas que provocam comoção simultânea em um grande contingente de pessoas acabam por oferecer a possibilidade didática de alertar com mais ênfase sobre um risco diário.
Avisos recorrentes são dados. Não há semana sem que ocorra alguma forma de vazamento, incêndio ou outro tipo de acidente, que causam traumas, ferimentos, amputações e até mortes, sempre com o fantasma de uma grande tragédia a espreitar.
Nesta semana, quando se completaram 32 anos da tragédia de Enchova, o Sindipetro-NF dedicou o seu contato com os trabalhadores no Heliporto do Farol de São Thomé para marcar a passagem da data, o 16 de agosto. Houve homenagem aos mortos e feridos e a reafirmação do compromisso de jamais esquecer.
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