As próximas semanas serão decisivas para que os trabalhadores brasileiros consigam ultrapassar o bloqueio da grande mídia e explicitar, para toda a população, o impasse institucional no qual vivemos. Se depender da maioria parlamentar que empreendeu o golpe e agora tenta livrar os seus da Lava Jato, e se depender da Globo e dos seus veículos satélites, o povo será induzido a acreditar ser inevitável o convívio com o governo ilegítimo de Mishell Temer.
Quem se sente protagonista da história não vive a seu reboque. Foi com este espírito de empoderamento que os trabalhadores promoveram no curso da história grandes transformações. Agora, se veem na necessidade de combater grandes retrocessos.
Só não admite quem não quer: o País vive uma grave crise institucional, com um governo que não tem legitimidade, oriundo de uma trama golpista, sem conexão com as aspirações populares e com graves pretensões reacionárias e entreguistas.
Não pode haver trégua. Na melhor das hipóteses para a conjuntura de curtíssimo prazo, os movimentos sociais nas ruas poderão forçar a convocação de eleições diretas para a Presidência da República — hipótese a cada dia mais prejudicada pela aproximação do fim do ano, com a iminente ultrapassagem da primeira metade da gestão, o que tornaria indireta a eleição (pelo Congresso Nacional). Numa segunda hipótese, os movimentos sociais nas ruas conseguirão manter o governo acuado e o parlamento pressionado a não embarcar nos cortes de direitos pretendido. Qualquer que seja a alternativa, portanto, não há outro caminho a não ser o de ganhar as ruas e mobilizar os locais de trabalho.
Os petroleiros têm um papel estratégico fundamental neste momento, especialmente por ser a Petrobrás e o Pré-sal um dos principais alvos dos golpistas. Fiel às suas melhores tradições, esta categoria não fugirá da luta.
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