Editorial do Nascente: Não temos nada a temer

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A posição do Sindipetro-NF acerca da denúncia veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, sobre a ocorrência de fraudes na utilização do Benefício Farmácia, não pode ser outra a não ser a de chamar a atenção para três aspectos: a categoria petroleira não passa a mão na cabeça de ninguém que tenha feito mau uso do programa; a apuração tem que ser justa e com amplo direito de defesa; não é possível haver ingenuidade política e descolar a mensagem do emissor, pois são conhecidas as intenções privatistas da Globo em relação à Petrobrás. 

No primeiro ponto, registre-se que a categoria petroleira é a que mais tem interesse na elucidação dos fatos, não sendo admissível que, mais uma vez, a grande maioria honesta dos trabalhadores seja estigmatizada em razão da ação nociva de uma minoria, seja de qual escalão for, dentro ou fora da empresa. A FUP e os sindicatos têm denunciado os problemas do programa, não compactuam com nenhuma fraude.

Sobre o direito de defesa, além de um preceito constitucional, trata-se também de uma necessidade de vigilância para que efetivamente todos os culpados sejam punidos, mas também para que inocentes não sejam tomados como culpados de modo açodado para fazer frente à necessidade de uma investigação atabalhoada. 

Por último, vale o alerta de que todo o cuidado é pouco com a utilização deste tipo de denúncia para enfraquecer a Petrobrás e abrir caminho para a busca de validação de duas teses caras à direita: a de que aquilo que é privado é necessáriamente melhor do que aquilo que é público; e a de que a companhia deve ser privatizada ou reduzida a uma gestora de contratos privados na área do petróleo.

O que a categoria quer e tem reivindicado há temos é a volta do programa, que foi conquistado com luta e tem parcela paga pelos trabalhadores. 

Não nos desviaremos das nossas lutas. Somos uma categoria honrada, batalhadora, com muitos serviços prestados ao país. Que apurem tudo, pois diferentemente do bando do Temer, nós não temos nada a temer.

 

[Leia aqui outros textos da edição 946 do Nascente]