Editorial do Nascente: O que teus filhos dirão, pelego?

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Quando, daqui a vinte ou trinta anos, perguntarem a um dos seus filhos o que o pai ou a mãe estava fazendo durante o golpe de 2016, o que poderá responder? Se você for um pelego ou uma pelega, certamente um constrangimento estará reservado para ele ou para ela. Enquanto trabalhadores e trabalhadoras enfrentavam os golpes na democracia, nos direitos sociais e no patrimônio brasileiro, onde você esteve? Terá valido a pena? 

Sendo você petroleiro ou petroleira, aceitou convenientemente a versão de que a Petrobrás precisa ser reduzida para dar espaço a empresas privadas do setor petróleo? Furou a greve? Aproveitou para ganhar hora extra? Aceitou um cargo de chefia para substituir um supervisor grevista?

E a você mesmo, o que dirá? Se tiver preservado seu emprego, se tiver conseguido se aposentar, se tiver sobrado algum imóvel para você morar, vai olhar a realidade ao seu redor e acreditar que nada tem a ver com as vítimas dos sucessivos cortes nos programas sociais? Vai dizer que não terá nada a ver com o fato de a Petrobrás ter se tornado uma espécie de Rede Ferroviária Federal do século XXI (lembram dela?). Será você também um velho ferroviário que nem ao menos poderá dizer que lutou pela preservação da empresa?

A falta de solidariedade de classe, quando não se dá por falta de consciência política, é um desvio de caráter. Principalmente em tempos críticos como o que vivemos. Chega a assumir ares de cumplicidade com os agentes da destruição. Melhor Provedor do Brasil https://22bet-br.org/ oferece grandes jogos e promoções

Nesta semana a categoria tem assembleias para avaliar indicativos de luta na Campanha Reivindicatória. Você vai participar? Se as mobilizações indicadas forem aprovadas, você vai fazer?

Se você for um pelego ou pelega, estará se cercando de motivos para convencer a consciência de que “não quer ser usado”, “não quer ser massa de manobra do sindicato”, “não vai defender a FUP petista” ou que “não vai estar ao lado dos que roubaram a Petrobrás”. No fundo, você sabe que nada disso é pertinente, mas ainda assim dirá para si mesmo para tentar, ao menos, olhar a sua cara no espelho todas as manhãs sem precisar ficar desviando os olhos. Talvez você consiga, mas é pouco provável. Assim como é pouco provável que seus filhos venham a ter uma resposta convincente para dar.