Editorial do Nascente: Sem ataque não haverá defesa

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Não há mesa de negociação, não há ação judicial, não há campanha publicitária que possa substituir a árdua, corajosa e histórica luta dos trabalhadores e trabalhadoras contra a exploração. E ela pode se dar de muitas formas, utilizando-se de muitas estratégias, mas na hora do confronto final o que faz dobrar a força do capital é a greve, pois sem trabalhador não há produção, não há lucro, não há empresa.

Se essa é uma premissa antiga e consolidada do movimento sindical, ela é especialmente orientadora para esta Campanha Reivindicatória no sistema Petrobrás. Está claro que a dupla Parente e Mishell só entenderá que não pode brincar com os direitos dos petroleiros e petroleiras se a categoria empreender um ataque contundente, por meio de uma greve muito forte. 

Com rejeição recorde quase a 100%, sem nada a perder, eles estão dispostos a tudo. Estamos na iminência de um enfrentamento ainda mais difícil do que o de 1995, contra FHC — pois este ao menos tinha projeto eleitoral em mente, alguma popularidade, e teve que recuar diante da força de uma greve que acabou por impedir a privatização da Petrobrás.

Agora eles têm em mãos um cenário de exceção, sob um governo ilegítimo, que deve obediência tão somente a quem o pôs lá, o mercado financeiro, que também sustenta o silêncio da grande mídia, e os interesses internacionais no setor petróleo e em outras riquezas brasileiras, como a Amazônia. Eles vão atuar até onde puderem para aproveitar essa conjunção desafortunada de fatores. Na área econômica, reduzindo ao máximo a presença do Estado. Na área política, estendendo o golpe enquanto for possível. Na área jurídica, atuando seletivamente para buscar inviabilizar a única candidatura que combina agenda nacionalista com viabilidade eleitoral, que é a do ex-presidente Lula.

Cabe-nos fazer a nossa parte. Defender os nossos direitos, que em larga medida são paradigmas para diversas outras categorias, e defender o País. Para isso, todos ao ataque, que sempre foi a melhor defesa. Vamos impedir que a gestão da Petrobrás destrua uma década de conquistas dos trabalhadores e destrua a si mesma como companhia.

 [Nascente 1012]