Editorial do Nascente: Todos somos Cláudio Nunes

Não passará. Não cairá no esquecimento. De forma alguma será admitida. A luta será intensa e contínua até que seja revertida a suspensão do contrato de trabalho do diretor do Sindipetro-NF e da FUP, Cláudio Nunes, lotado na base de Cabiúnas, da Transpetro em Macaé. Se é verdade que o ataque patronal a um trabalhador é um ataque a todos os trabalhadores, no caso de um representante sindical essa premissa é ainda mais evidente e mobilizadora.

Um sindicalista se expõe para defender os direitos de milhares de pessoas e precisa ter garantias institucionais para isso. Mas estas garantias nunca vieram de graça, nunca foram benesses do Estado ou dos patrões, sempre foram resultantes de embates duros na correlação de forças entre o capital e o trabalho. Por isso, quando um companheiro é ameaçado diretamente, como neste caso, é dever ético e político uma reação contundente, para que fique caro o preço de mexer com um dos nossos.

A atitude da gerência da Transpetro é gravíssima, com características criminosas, autoritárias e antissindicais, e está sendo denunciada nos fóruns competentes e no poder judiciário. Mas isso não basta: os trabalhadores devem se manter dispostos a uma grande reação. A própria adesão da base ao indicativo de greve na última sexta, 10, seguindo decisão da maioria quando a própria base havia reprovado o movimento, mostra a indignação dos petroleiros da unidade com absurdos como este. E esta indignação vai crescer se a empresa ousar em levar essa insanidade adiante.

A condenação veemente a este ataque não é apenas local. O Sindipetro-NF tem recebido de outros sindicatos moções de solidariedade ao diretor Nunes e de repúdio à gerência de Transpetro. Até o fechamento desta edição, haviam publicado notas os Sindipetros Amazonas, Ceará/Piauí, Pernambuco/Paraíba e Unificado de São Paulo.

Agora é ficar firmes na luta e atentos a novos indicativos. Todos somos Cláudio Nunes.

 

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