Editorial do Nascente: Vamos caçar os canalhas

O trabalho cotidiano de atendimento do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF reúne relatos e evidências de que os casos de adoecimentos mentais, muito comuns entre petroleiros e petroleiras da Bacia de Campos, têm uma relação direta com a insistente permanência da prática do assédio moral no ambiente de trabalho da Petrobrás.

O caso típico é o daquele ou daquela que procura o sindicato com o registro de consequências avançadas do trabalho sobre a saúde mental. Com o tempo, descobre-se a associação entre o padecimento e uma história de exposição a chefias assediadoras.

Todo esse assédio é feito em um ambiente que agrava o seu potencial de dano à vítima: flexibilização do trabalho, cobrança por polivalência, redução do efetivo, aumento no volume de trabalho, redução na remuneração e política de gestão baseada na imposição do medo.

A propósito deste último ítem, o da política do medo, o sindicato tem percebido ainda um recrudescimento das relações, baseado na permissividade da gestão da empresa em relação aos abusos das gerências contra os subordinados. O clima geral de vale tudo contra o trabalhador, que tomou conta do País, parece autorizar as manifestações mais nefastas de autoritarismo dos chefes nos locais de trabalho.

O que durante algum tempo era feito com algum constrangimento se tornou explícito. E não há semana que o sindicato não receba alguma denúncia de que um gerente da Petrobrás, ou um chefe de empresa privada, tenha dado ordens fora de padrão, ameaçado com demissão, feito insinuações, procurado desestabilizar o trabalhador e até mesmo feri-lo em sua dignidade.

Todo trabalhador ou trabalhadora precisa entender que a sua dor é a dor de muitos, e que por isso não pode manter silêncio sobre casos que estejam ocorrendo consigo ou à sua volta. O sindicato possui canais de denúncia anônima e atua para enquadrar os capatazes que descontam as suas inseguranças e frustrações por meio do exercício de uma chefia despótica e criminosa. Normalmente não conseguem conquistar a liderança por meios legítimos e lançam mão do terror, no desespero de apresentarem resultados aos superiores. Tolerância zero contra estes canalhas assediadores.

 

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