Editorial: Foco no que nos une

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Tema de dois manifestos recentes de plataformas da Bacia de Campos, P-07 e P-31, a defesa da unidade da representação da categoria nas negociações sempre encontrou apoio do NF e da FUP, mas de maneira sólida, bem definida em seus termos, para que os efeitos não sejam mais negativos do que positivos. Toda essa construção é mais difícil com uma campanha em curso, por isso a federação e seus sindicatos apontam para a abertura de um diálogo rumo aos próximos enfrentamentos, especialmente aqueles que unem todos os segmentos e tendências do movimento sindical petroleiro, como o combate à privatização da Petrobrás — como ocorreu no chamado para participação de todos no grande ato público nacional no último dia 3, em frente à Petrobrás.

Uma unidade não pode ser artificial. Precisa estar referenciada pela vontade soberana das bases e pela representatividade das diferentes visões políticas acerca da conjuntura, das estratégias e das táticas políticas em defesa dos interesses da classe trabalhadora — esta que, no final das contas, deve ser a expressão máxima da meta unificadora, por meio de um trabalho contínuo de formação de consciência de classe.

Haver tantas tendências em uma categoria não é algo necessáriamente ruim. Se, por um lado, pode gerar tensões e desgastes em momentos cruciais, como este de negociações com a Petrobrás, por outro mostra o vigor da categoria e das suas representações.

Agora, quando petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense acabam de sair de um seminário de greve, onde ações foram discutidas para enfrentar os verdadeiros inimigos dos trabalhadores — que não estão entre nós, mas na gestão da empresa e no governo ilegítimo de Mishell —, a mobilização de todos os segmentos e tendências do movimento sindical será vital.

Acima de quaisquer diferenças estará o que nos une: a firme posição de permitir nenhum corte de direito do Acordo Coletivo, a luta permanente contra os golpes nos direitos trabalhistas e sociais de todo o povo brasileiro, e a preservação do patrimônio e da soberania nacionais, com a defesa da Petrobrás e demais empresas públicas e estatais estratégicas para o País.