Editorial: Permanente estado de atenção

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Recentemente, a edição número 1000 do Nascente mostrou, neste espaço editorial, o quanto as matérias e manchetes das primeiras edições do boletim, na segunda metade dos anos 1990, poderiam ser reproduzidas como sendo atuais nas edições de hoje, com pouquíssimas alterações. Aquele cenário privatizante e entreguista retornou com tal força que também as principais bandeiras de luta da categoria precisaram ser resgatadas.

Esta denúncia é o que marcará o 17° Confup (Congresso da Federação Única dos Petroleiros), que será realizado na próxima semana, em Salvador, de 3 a 6 de agosto. Para isso, será relançada, desta vez como tema central do congresso, a campanha “Privatizar faz mal ao BRasil”, realizada originalmente no governo FHC para combater a entrega da Petrobrás e de outras estatais.
“O Congresso acontece em um momento de grandes desafios para a classe trabalhadora e, em especial, para os petroleiros que enfrentam o maior ataque da história da categoria. Além da privatização que atinge todo o Sistema Petrobrás, os trabalhadores lutam contra o desmonte de direitos e o fechamento de postos de trabalho, que coloca em risco a vida não só dos petroleiros, como das populações que vivem nos entornos das unidades operacionais”, explica a FUP.
Ameaça de privatização – atualmente nem mais somente uma ameaça, mas uma privatização em curso -, insegurança no trabalho, assédio moral e sexual, estão entre os temas recorrentes da classe trabalhadora, que se agravam neste momento sombrio de ataques violentos, desregulamentação do mundo do trabalho e farra patronal nos três poderes da República.
Ao contrário de desmobilizar, essa recorrência deve servir para manter os trabalhadores em permanente estado de atenção, nunca esmorecer, pois abrir mão da luta seria regredir a patamares do século XIX, o sonho de todo capitalista, quando mão de obra infantil, jornadas extenuantes e escravidão eram características tidas como normais na relação de trabalho.
O Confup que se aproxima é mais um daqueles momentos em que a categoria petroleira reafirma a sua altivez, mostrando que para cada ação entreguista da gestão e do governo haverá uma reação contundente dos trabalhadores e das trabalhadoras.