Em apenas um dia de testagens, dois resultados positivos de Covid-19 no Heliporto do Farol

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Dois trabalhadores testaram positivo hoje para Covid-19, no Heliporto do Farol de São Thomé, em atividade de testagem massiva promovida pelo Sindipetro-NF durante todo o dia. Ambos não tiveram as suas identidades reveladas pelo sindicato, para preservar a intimidade.

“Mais um dia da greve e estamos promovendo um testaço, um ato diferente, em defesa da vida, com aplicação de teste em todos os trabalhadores que queiram fazer. Estamos fazendo isso porque existe um protocolo definido pela Fiocruz, defendido e produzido por nós, que diz que a Petrobrás e demais empresas devem fazer testes no meio da escala e no desembarque, para que os petroleiros possam ir para casa tranquilos, sabendo que não vão levar a doença para as suas famílias”, explicou o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

A atividade faz parte das mobilizações da Greve pela Vida iniciada no dia 4 de maio no Norte Fluminense. Foram disponibilizados 200 testes tipo antígeno, com entrega imediata do resultado. Para realização dos testes o Sindipetro fechou uma parceria com um laboratório da região e montou uma estrutura com Van e tenda no estacionamento do Heliporto do Farol.

Funcionários do Heliporto impedidos de testar

A entidade denuncia que os trabalhadores do próprio Heliporto do Farol, que atuam sob grande risco de contaminação em razão do fluxo de passageiros no local, foram impedidos pela empresa de participarem da testagem oferecida pelo Sindipetro-NF.

No dia 13 de abril passado, um trabalhador do Heliporto, funcionário da Omni Taxi Aéreo, morreu em decorrência da Covid-19, como noticiou o sindicato. De acordo com familiares, o empregado foi contaminado no local de trabalho.

Empresa não cumpre recomendações

O sindicato destaca que a atividade foi organizada justamente porque a gestão da Petrobrás não está cumprindo as recomendações feitas pelo Ministério Público do Trabalho e pela Fiocruz, com base nos procedimentos elaborados em 2020 pela FUP e Sindipetros para redução da contaminação.

Os procedimentos incluem uma proposta de escala que mantenha em 14 dias o embarque, garantia de testes e de máscaras de qualidade e fim das quarentenas de pré-embarque nos hotéis.

Cabe ressaltar a importância da realização dos testes nos desembarques, porque caso o trabalhador esteja contaminado, pode contaminar outras pessoas por onde passar. Com base na Lei de Acesso à informação, o NF obteve o dado de que quase 10 mil possíveis contaminados pela doença (9.487 de março de 2020 a abril de 2021)  foram desembarcados nos municípios da região desde o início da pandemia, contribuindo para a disseminação.

“Embora os dados não cheguem a esse nível de detalhamento, sabe-se que a grande maioria destes desembarques acontecem em Campos dos Goytacazes (RJ), no Heliporto do Farol de São Tomé. Essa preocupação com os efeitos negativos do comportamento da Petrobrás para as cidades tem levado o Sindipetro-NF a atuar em parceria com as autoridades locais de saúde”, noticiou nesta semana o Boletim Nascente, publicação do sindicato.

[Vídeo: Luciana Fonseca / Fotos: Gabriela Fonseca]