Da Imprensa da FUP – Aconteceu nesta quinta-feira (24) uma nova reunião da Comissão de Frequência, Regime de Turno e Teletrabalho entre os representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sistema Petrobrás. A FUP cobrou de forma veemente respostas sobre diversos pontos que geram problemas para os trabalhadores e trabalhadoras.
Um dos temas centrais da reunião foi Hora Extra e Troca de Turno (HETT). A FUP entende que o último acordo coletivo avançou na questão da segurança da troca de turno voltando à tabela das médias. Porém, verifica-se na prática que essas médias precisam ser atualizadas, em razão de diversas mudanças ocorridas nas unidades e no Sistema ao longo dos últimos anos. A federação considera que a troca de turno é uma variável sumamente determinante para a segurança das unidades e reafirma seu compromisso de lutar para aprimorar esse processo rumo ao próximo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Banco de Horas
No que diz a respeito do Banco de Horas, apesar de estar no ACT, na prática ainda existem gerências que pressionam os trabalhadores a folgarem para diminuir as horas no banco, principalmente no final do ano, quando roda a quitação das horas. Para a FUP, é necessário o acompanhamento permanente na comissão da situação de horas nos bancos para identificar as causas concretas que levam a acúmulos de HE e procurar tratar as causas.
Outro elemento levantado pela federação foi a necessidade de um regramento para os casos de pessoas do regime especial que são deslocadas temporariamente para o ADM por necessidade da empresa, de forma que não haja prejuízo financeiro a esses trabalhadores.
Jornadas exaustivas
Os representantes sindicais levantaram na reunião a necessidade de uma solução para os deslocamentos no Norte Fluminense, no caso dos trabalhadores que se embarcam no offshore. Muitos saem antes das três da manhã de Macaé e trabalham até as 22 quando chegam na plataforma, e no total são mais de seis horas de viagem entre ida e volta.
Durante a reunião, também foi cobrado o fim do saldo AF, que segue sendo um problema principalmente nas plataformas, obrigando trabalhadores a voltar fora de sua escala e ficar em terra, mesmo sem necessidade operacional para isso. De forma localizada, ainda existem gerências que proíbem localmente o uso do código negociado em ACT para neutralizar o impacto do retorno das férias.
Horas extras nos cursos
A FUP saudou a volta dos cursos de formação e treinamento, mas alertou para o cumprimento da cláusula sobre hora extra em viagens a serviços, mesmo que sejam esses cursos, inclusive internacionais. A FUP recebeu informação de cursos internacionais onde os trabalhadores não tiveram folga, e cobrou da Petrobrás que a carga horária seja respeitada, assim como o devido descanso.
Interstício no sobreaviso
Quando a pessoa é acionada estando em sobreaviso, muitas vezes, para cumprir o interstício e ter seu descanso garantido, ela volta ao trabalho fora do horário, e a Petrobrás está descontando as horas.
No entendimento da federação, essas horas devem ser abonadas e não descontadas do trabalhador, que não pode ser prejudicado por atender uma demanda da empresa fora da sua jornada.
Teletrabalho
O teletrabalho é um dos temas que tem gerado maior polêmica nos últimos tempos e é um assunto caro à categoria. Durante o encontro, a FUP voltou a reforçar firmemente a necessidade de que a Petrobrás apresente uma proposta concreta, que permita avançar na negociação de uma regra coletiva. É necessário olhar o impacto concreto que as mudanças geram nas famílias e na vida de cada pessoa que exerce o teletrabalho.
A empresa se comprometeu a enviar um convite para uma mesa negocial sobre a regra do teletrabalho, ainda na primeira semana de maio.
Outros dois pontos cobrados pela FUP na reunião foram o aumento do efetivo, com a perspectiva de zerar o cadastro de reserva e o abono dos dias da greve de 24 horas realizada no dia 26 de março.
Veja vídeo de dirigentes da FUP que participaram da reunião:
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