Em estado de greve, petroleiros seguem na luta pela PLR

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Os trabalhadores do Sistema Petrobrás foram à luta e mais uma vez demonstraram garra e organização no enfrentamento com a empresa. A mobilização nacional convocada pela FUP cobrou transparência na negociação da PLR e uma proposta que valorize a força de trabalho. 
O movimento começou antes mesmo da zero hora de terça-feira, 01/07, com dirigentes sindicais e trabalhadores do turno mobilizados nas unidades operacionais, tentando vencer as barreiras e resistência das gerências, que de tudo fizeram para tentar impedir a vigília proposta pela Federação. 
Na manhã do dia primeiro, a pressão da Petrobrás continuou, com cenas de truculência e autoritarismo em algumas refinarias. As gerências tentaram de tudo para impedir o acesso dos dirigentes sindicais e dos grupos de turno que chegavam para trabalhar. Desviaram ônibus, fecharam os acessos principais, cerraram catracas, dispensaram os trabalhadores do HA, contrataram táxis para substituir o transporte coletivo, tentaram intimidar a categoria com a presença ostensiva de policiais… 
Como nos velhos tempos, a empresa usou de todos os artifícios para impedir a vigília dos trabalhadores e dirigentes sindicais dentro das unidades. Os petroleiros, no entanto, não se intimidaram e deram exemplo de unidade, permanecendo nas refinarias, terminais, plataformas e áreas administrativas, acatando o indicativo da FUP, sem emitir Permissões de Trabalho, mantendo apenas as atividades essenciais. 
A mobilização foi fundamental para reforçar para a Petrobrás a insatisfação e indignação da categoria com a proposta de PLR apresentada. Os petroleiros continuam em estado de greve e irão intensificar a luta, se a empresa não avançar na negociação, com transparência e respeito à força de trabalho.

Duque de Caxias
A gerência da Reduc impediu o acesso dos trabalhadores dos turnos da manhã e da tarde, junto com os dirigentes sindicais, mantendo o grupo D por 32 horas na refinaria. Houve desvio no transporte do HA e os trabalhadores do turno foram coagidos pelos vigilantes a descerem dos ônibus para que entrassem vazios na refinaria. Do lado de fora da Reduc, seis viaturas com policiais armados com fuzis, coletes à prova de balas e granadas de efeito moral compunham a cena para tentar intimidar os trabalhadores e dirigentes sindicais. Os petroleiros que permaneceram dentro da refinaria atenderam ao chamado do Sindicato e da FUP, só emitindo PTs em situações críticas. No terminal de Campos Elíseos, os trabalhadores também suspenderam a emissão de PTs, mantendo-se em vigília.

Bacia de Campos
Todas as 42 plataformas da área de abrangência do Sindipetro-NF participaram da mobilização, interrompendo a emissão de PTs. No Terminal de Cabiúnas, os trabalhadores da zero hora realizaram a vigília dentro da unidade por 24 horas, junto com o turno de 8h (Grupo B). Os trabalhadores das plataformas continuam mobilizados, lutando também por uma proposta justa para o Dia de Desembarque.

Bahia
Os trabalhadores da Rlam, da Fafen, da Transpetro e dos campos produção de Santiago, Miranga, Araçás, Bálsamo, Buracica, Taquipe e Candeias atenderam ao indicativo da FUP. Os gerentes e supervisores tentaram esvaziar o movimento, incentivando a dispensa dos trabalhadores do HA.

Rio Grande do Norte
Os trabalhadores de Pólo Guamaré, Canto do Amaro, Alto do Rodrigues, Riacho da Forquilha e Lorena suspenderam a emissão de PTs por 24 horas, assim como os trabalhadores das sondas. Além disso, houve atrasos na troca de turno e nos embarques para as plataformas marítimas. Na Base 34 e na sede administrativa de Natal, os trabalhadores fizeram concentrações fora das unidades.

Espírito Santo
Os trabalhadores dos campos de produção terrestres e das plataformas marítimas suspenderam a emissão de PTs. Nas unidades administrativas, os petroleiros atrasaram as atividades de rotina.

Rio Grande do Sul
Na terça-feira, os trabalhadores da Refap aprovaram pela manhã paralisação de 24 horas.

Unificado de São Paulo
Na Replan, a gerência impediu o acesso dos trabalhadores dos turnos da manhã e da tarde, mantendo por mais de 24 horas na refinaria o grupo que entrou às 23h30 do dia 30. Os trabalhadores próprios e terceirizados do Administrativo foram dispensados à tarde. Ainda assim, vários trabalhadores permaneceram em vigília dentro da unidade. Na Recap, os petroleiros conseguiram vencer a resistência da gerência e permaneceram em vigília na refinaria até às 23h, junto com dirigentes sindicais. No Edisp, a vigília também foi feita até às 22h. Nos terminais de São Caetano do Sul e de Barueri, houve total adesão à paralisação de 24 horas.

Minas Gerais
Na Regap, a vigília teve início às 7h30 de terça-feira, com rendição dos trabalhadores controlada pelo sindicato. Parte dos trabalhadores do HA aderiu à vigília, permanecendo na refinaria após o expediente.

Pernambuco
A Transpetro tentou impedir o acesso dos dirigentes sindicais ao terminal de Suape. Os trabalhadores do turno da manhã permaneceram do lado de fora e o grupo que estava em trabalho suspendeu a emissão de PTs. Não houve abastecimento dos navios. No gasoduto de Paratibe, os trabalhadores aderiram integralmente à vigília.

Amazonas
Na Reman, apesar da truculência da gerência, os dirigentes sindicais conseguiram permanecer na refinaria, mobilizando e incentivando os trabalhadores durante a vigília, que prosseguiu até às 23h de terça-feira.  Na Transpetro, os trabalhadores de Coari e Manaus também aderiram à vigília.

Ceará
Os trabalhadores da Lubnor aderiram à vigília, com cada grupo do turno permanecendo na refinaria após o término de seu expediente, junto com parte do HA. Nas plataformas e campos de produção, assim como na base da Transpetro, os petroleiros também aderiram ao movimento, não emitindo PTs e realizando a vigília.

Paraná/Santa Catarina
Os trabalhadores da Repar e da SIX atrasaram por 24 horas todas as trocas de turno e a entrada do HA. Houve atrasos também nos terminais de  São Francisco do Sul, Paranaguá, Itajaí e Guaramirim.

Unidade na luta

Pela primeira vez, os sindicatos que se desfiliaram da FUP encaminharam um indicativo de mobilização, acompanhando o nosso calendário. Um movimento importante no sentido de unificar as lutas da categoria, como sempre defendeu a Federação e seus sindicatos. Esta é a estratégia correta para fragilizar o patrão e aumentar o poder de pressão dos trabalhadores.  Portanto, parabenizamos os petroleiros das bases do Litoral Paulista, da Revap e da Fafen-SE por somarem-se à mobilização convocada pela FUP, fazendo do dia primeiro de julho exemplo de luta e unidade nacional.