Enchova: 33 anos de uma grande tragédia

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Hoje, dia 16 de agosto, completa 33 anos de um dos piores acidentes da história da indústria petrolífera que vitimou 37 trabalhadores a bordo da plataforma de Enchova. Segundo relatos de quem viveu o acidente, os trabalhadores a bordo viveram momentos terríveis ao tentar sobreviver de um incêndio de grandes proporções que também deixou 19 feridos.

“Um vazamento em um dos poços conectados à plataforma provocou uma explosão, seguida de incêndio prolongado e evacuação do convés. Até hoje as causas não foram confirmadas. O acidente vitimou petroleiros que estavam dentro de uma das baleeiras utilizadas para evacuação da unidade. No procedimento de saída, houve o rompimento do cabo do turco, o que provocou a queda da embarcação de abandono”, lembrou um trabalhador que estava em Enchova na época.

O Acidente
No momento da fuga, quando 50 trabalhadores já se sentiam a salvo dentro de uma das baleeiras, que são embarcações de emergência, um cabo rompeu e ela despencou ao mar provocando a morte dos petroleiros. Os que sobreviveram ficaram permanentemente marcados pela memória do terror que viveram.

O acidente de Enchova ocorreu em 1984, provocado por um vazamento seguido de explosão. Na época, o sindicato dos engenheiros denunciou como causa dessa tragédia as péssimas condições de trabalho e a política de metas de recordes de produção impostas pelas gerências.

O que mudou?
Nesses últimos anos, não ocorreram grandes mudanças em relação à gestão de segurança nas empresas de petróleo e principalmente na Petrobrás. Muitas vidas foram ceifadas em acidentes de trabalho, que a categoria se nega a esquecer. Em grandes tragédias foram 11 companheiros da P-36, 11 no FPSO São Mateus e esse ano, três em NS-32. Além deles, centenas de outros petroleiros morreram em acidentes de trabalho, em função da negligência e do descaso dos gestores da Petrobrás com a vida humana. Já perdemos 138 companheiros de trabalho desde 1998 em acidentes que poderiam ter sido evitados. A maioria deles (99) eram trabalhadores terceirizados.

O que houve de conquista na área de SMS como o direito de recusa, a participação nas comissões de apuração de acidentes e interdições de unidades, foram arrancadas na luta, através de greves e muitas denúncias. Hoje o trabalhador vive uma realidade difícil nessa área com os desinvestimentos e o baixo efetivo, as denúncias de assédio e sobrecarga de trabalho só aumentam, inclusive com milhares de deissões de trabalhadores terceirizados. E a tendência agora é só piorar com o desmonte do Sistema Petrobrás que está sendo capitaneado pelo assecla de MiShell Temer na presidência da empresa, Pedro Parente, cuja última novidade foi a venda de 14 plataformas na Bacia de Campos. Cabe ao Sindipetro-NF e a categoria resistir, denunciar e se manter unida na busca de avanços que só virão com a luta.

 

Os mortos na tragédia

Petrobrás
Antônio Francisco Fernandes, Antônio Pio Sales, Antônio Ricardo Pessanha Barretto, Carmélio Pimenta do Nascimento, Claudio Luis Pacheco Santos, Daniel Fortunato, Edson Rodrigues Simões, Everton Gomes da Silveira, Flávio Pereira de Souza, Gecildo Laerte Braga, Geneci da Silva, Hélio Cerqueira, Jonas dos Santos Coutinho, José Carlos Diniz, José Carlos Ferreira, José Renato Lopes Lima, Lédio de Carvalho Gonçalves, Luís Carlos Barbosa, Marcos Rogério Medeiros Queitos, Marcos Teixeira Cortes, Murilo Machado, Nelson Luiz de Oliveira Souza, Paulo Jorge de Oliveira, Paulo Roberto Barreto Lima, Richard Takahashi, Rigott Marcelino Barbosa e Rômulo Magno Ribeiro Lima.

Meymar
Aldemir Soares da Silva, Álvaro Cabral, Carlos Henrique Cabral, Gelson Gueiros Campinho, José Manoel de Oliveira, Roberto de Souza, Salomão Souza Godinho e Valcir Brandão Gonçalves.

PRU Engenharia
Gilberto Raimundo da Silva.

Rolls Royce
Luís Conrado Luber.

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