Duas denúncias recebidas pelo Sindipetro-NF na sexta, 29, confirmam o avanço da terceirização na Petrobrás e deixam os trabalhadores em alerta em relação aos efeitos nocivos do PLC 30/2015, em tramitação no Senado (aprovado como PL4330 na Câmara Federal). Em uma, trabalhadores relatam a perspectiva de ampliação do quadro terceirizado de almoxarifes em plataformas da UO-Rio. Em outra, um aprovado em concurso para a companhia reclama da falta de convocação para o quadro próprio da empresa.
No primeiro caso, petroleiros denunciam que gerências da UO-Rio se reuniram em vídeo-conferência para informar que, a partir de julho, as plataformas P-38, P-43, P-48, P-52, P-54, P-55, P-62 e PRA1 terão equipes de almoxarifes exclusivamente formadas por trabalhadores terceirizados. As equipes das plataformas P-40, P-50, P-51, P-53 e P-56 seriam mantidas com funcionários próprios da Petrobrás.
No entanto, a gerência anunciou a possibilidade de que todas as unidades passem a ter o setor terceirizado, após uma avaliação do desempenho das diferentes equipes.
Efetivo
Enquanto avança a terceirização, a Petrobrás não convoca para o seu quadro próprio trabalhadores aprovados em concursos recentes. Por e-mail, um aprovado no concurso de 2014 afirma que nenhum daqueles que foram selecionados no mesmo período foram convocados. Na época, a empresa afirmava que os novos empregados iriam suprir a necessidade aberta pela adesão ao PIDV (Programa de Incentivo à Demissão Voluntária).
“Fazemos parte de uma comissão de aprovados no concurso 2014/2 da Petrobras. O concurso foi lançado para reposição do PIDV, porém até o momento nenhum aprovado foi admitido. A Petrobras prometeu reposição de ao menos 60% do PIDV, o que já é muito pouco, porém a reposição foi de 0% e quadro é desolador. Fontes internas dizem que os cursos de formação estavam programados para junho, porém foram todos cancelados a pedido da diretoria”, relata o trabalhador aprovado.
O Sindipetro-NF mantém uma luta histórica pela primeirização e é solidário aos concursados aprovados para a Petrobrás. Os representantes da entidade vão fazer novamente esta cobrança nas reuniões de acompanhamento do Acordo Coletivo de Trabalho.
