Trabalhadores da Petrobras entram em greve nesta segunda-feira
21/03/2009
JB Online
BRASÍLIA – Os trabalhadores da Petrobras entram em greve unificada a partir desta segunda-feira. A informação é da Radioagência NP. A paralisação foi aprovada, inicialmente, por cinco dias. Além dos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve contará com os sindicatos do Rio Grande do Sul, litoral paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Sergipe/Alagoas. Ainda, os prestadores de serviço da Petrobras irão parar as atividades terceirizadas na empresa por 24 horas.
Segundo os trabalhadores, tanto a Petrobras quanto as suas prestadoras de serviço têm cortado uma série de direitos trabalhistas. A redução dos postos de trabalho é um exemplo. Além disso, existe a precarização das condições de saúde e segurança dos petroleiros. Segundo o coordenador da FUP, João Moraes, têm ocorrido muitas mortes na Petrobras. De 2000 para cá já foram 165 mortes. Só esse ano, foram duas mortes. Exigimos mudança na política de segurança e saúde da empresa.
Moraes ainda destacou que a Petrobras cortou o pagamento de horas extras nos feriados. Outra questão é a participação nos lucros e resultados da empresa, que os petroleiros querem negociar.
Após o período da greve, os trabalhadores se reunirão na sexta-feira, dia 27, para decidir se a paralisação continuará por tempo indeterminado.
Sexta-feira, 20 de março de 2009, 17h40
Petrobras descarta falta de combustíveis durante greve
KELLY LIMA
A Petrobras preparou um plano de contingenciamento para evitar redução da produção de petróleo com a greve anunciada pelos petroleiros para a próxima semana. A informação foi dada esta tarde pelo diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, para a Petrobras as negociações com os petroleiros ainda não estão encerradas.
“A Petrobras ainda está negociando, mas para evitar perdas, já preparamos nossos planos de contingência para os cinco dias que estão previstos para a greve, tanto na área de exploração e produção, quanto nas refinarias”, disse.
Ele também descartou risco de desabastecimento de combustíveis no período da paralisação dos petroleiros. “Há outras estratégias, estoques que podem ser acionados”, comentou. Ele, no entanto, admitiu que apesar de ser praxe a ativação dos planos de contingência para todas as unidades, e o objetivo da companhia ser o de perda zero, “podem ocorrer fatos novos e inesperados”. “Esperamos que tudo corra bem e as negociações sejam satisfatórias”, disse.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou hoje que foi aprovada a realização de uma greve de cinco dias entre os trabalhadores da Petrobras com parada de produção a partir da zero hora da próxima segunda-feira (dia 23). A FUP informou que haverá parada de produção durante a semana que vem nas unidades exploratórias e de refino da estatal petrolífera. No último dia do protesto, programado para a sexta-feira que vem (dia 27), haverá uma reavaliação para suspender ou dar continuidade à paralisação.
Segundo a FUP, a greve unificada é uma resposta da categoria petroleira aos “ataques” que tem sofrido sob a justificativa da crise financeira internacional. “Tanto a Petrobras quanto as suas prestadoras de serviço têm cortado e flexibilizado uma série de direitos dos trabalhadores, recusando-se a avançar nas negociações com a FUP e sindicatos”, informou a FUP, em nota. A Federação diz ainda que “não aceita reduções de direitos em nome de uma crise do sistema financeiro internacional, cujo ônus as empresas estão impondo aos trabalhadores”.