Conceição de Maria Rosa*
Refletindo sobre a frase, não dói o útero, dói a alma, palavras de uma menina estuprada, que precisamos conter e enfrentar todas as formas de violência contra a mulher.
É necessário aprimorar a proteção às mulheres em situação de violência e os mecanismos de rede que garantam e efetivem a aplicação da Lei Maria da Penha.
O Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras durante o encontro do mês de maio refletiu sobre o protagonismo da mulher e o enfrentamento à violência em todos os campos de atuação.
Que passa hoje na cabeça das mulheres que todos os dias são vitimas de violência? Como fica a saúde mental dessas mulheres? Pois há estupros silenciados onde não conseguem chegar a uma delegacia e denunciar.
O que aconteceu com essa adolescente de 16 anos é reflexo de uma sociedade machista em que desumaniza a relação de respeito e coisifica a mulher dentro de um abuso de poder de uso que é condenado pelas feministas e por todos os movimentos sociais voltados à equidade de gênero.
Estamos nas ruas e os gritos das mulheres pela democracia são em repúdio a todo tipo de agressão verbal ou abuso sexual. As mulheres na modernidade gritam pela liberdade de expressão e valorização das politicas publicas.
Como debater e articular essa politicas em um governo golpista que exclui a Secretaria de Politicas para as Mulheres, aparelho que coletava as vozes da sociedade civil para geração de leis e documentos de estruturas institucionais , participativas e democráticas.
Nós, bradamos chega de violência, chega de misoginia.
Dor
Doi no útero
a alma dói
tudo dói
a consciência
os pés da caminhada
as mãos calejadas
da escrita da igualdade
e paridade
dói
o pensamento de ser mãe
de gerar uma menina
de querer o bem
de educar no respeito
dói
mas não retrai
a luta nas ruas
para ecoar
as vozes silenciadas
minha, sua, nossa
retornamos a caminhar
pela nossa liberdade!
* Diretora do Sindipetro-NF e integrante do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras.