Ex-cipista de P-18 é transferido em clara perseguição política e ataque a autonomia da CIPA

 

 

                                  Aos Companheiros da Bacia de Campos

 

Ex-cipista de P-18 é transferido em clara perseguição política e ataque a autonomia da CIPA

 

Ex-cipista e militante da categoria, o petroleiro Leonardo Ferreira está sendo compulsoriamente transferido da plataforma P-18 para outra plataforma na Bacia de Campos. A história dessa transferência se constitui em um ataque à organização da Cipa e dos trabalhadores. Leonardo foi cipista amplamente votado em três mandatos, tendo o último deles terminado em abril. No fim do ano estaria novamente em condições de se candidatar, mas a gestão da plataforma não quer o trabalhador na comissão, porque sua atuação tem identificado e denunciado diversas situações irregulares.

A P-18 sofreu recentemente uma fiscalização da SRTE, acompanhada do sindicato, e nela foram interditados guindastes, módulos de acomodação e andaimes. Diversas outras situações que poderiam causar acidente foram enviadas para a SRTE por meio da manifestação coletiva dos trabalhadores da unidade. A suspeita da gerência é a de que o companheiro Leonardo fomentou a unidade dos trabalhadores e a relação da categoria com o sindicato. Este é o real motivador desse processo de expulsão da plataforma, completamente equivocado e lamentavelmente sem respeito ao contraditório.

Supervisores, coordenadores e gerentes elaboraram um dossiê em que, ridiculamente, acusam o trabalhador, entre outras coisas, de ter usado um boné do MST no DDS, como se isso fosse um crime. Esqueceram que no código de ética a empresa diz que “valoriza o envolvimento e o comprometimento dos seus empregados, em debates e elaboração de propostas, tendo em vista a viabilização e fortalecimento de projetos de caráter social, em ações articuladas com órgãos públicos e privados, governamentais e não governamentais”. Não é exatamente o que faz o MST?

O mais grave da situação, na visão do sindicato, e que requer providências imediatas da alta gestão da companhia, é o ataque à organização da CIPA e o recado claro que a gestão da P-18 está mandando para os demais cipistas: participar da Cipa de forma contundente, ser um trabalhador que não atropela NR´s e Procedimentos para agradar o “chefe de plantão” ou ser um trabalhador que participa e lidera lutas sindicais são motivos para transferências. Lamentável, pois essa mesma política é velha conhecida e foi praticada com frequência na gestão anterior da Bacia de Campos.

As Cipas são instrumentos fortes de luta por segurança. Incentivar o registro de situação de risco de acidentes e de doenças na comissão é uma obrigação das empresas sérias e comprometidas com segurança. O estado de abandono que as plataformas alcançaram em 2010, quando denuncias do sindicato levaram a diversas interdições naquele ano e em 2011 , mostram que não valorizar CIPA e cipistas é erro grave que agora parece que querem repetir. A atitude de transferir um ex-cipista que levou a sério seu trabalho na CIPA, durante o período entre sua saída e a oportunidade de se inscrever novamente, é um ataque à autonomia da CIPA e uma tentativa de escolher quem pode e quem não pode ser cipista. Em outra plataforma, recem chegado e tão perto das novas eleições da CIPA, ele teria poucas chances de se eleger, imaginam os gestores.

O Sindicato exige um posicionamento claro da empresa em relação a esse caso. Independentemente de quem seja o trabalhador, esta situação é um precedente inadmissível de perseguição e atentado à organização das Cipas e dos trabalhadores e indica nesse primeiro momento a realização de uma assembleia na P-18 com manifestação de apoio dos trabalhadores ao companheiro.

Estejamos todos atentos a mais essa arbitrariedade da Petrobrás. Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo!

 

Macaé, 12 de Setembro de 2013

 

Diretoria Executiva doSindipetro-NF