Explosão na Repar alerta para a segurança nos procedimentos de manutenção

Um acidente grave assustou os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas [Repar], na manhã desta sexta-feira [20]. Por volta das 09h30 ocorreu uma explosão em um duto de exaustão para a chaminé da Caldeira de CO [Unidade 2200 – GV 2201]. Quando em funcionamento, o equipamento realiza a queima de gás do processo de craqueamento catalítico. Felizmente não houve vítimas e feridos. 

A unidade estava em fase de testes de intertravamento [pré-partida] após a parada para manutenção. Dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina se deslocaram ao local para averiguar os fatos. Explosões desta natureza acontecem com a combinação de gases combustíveis, calor e oxigênio. Resta saber qual combustível e a sua origem. O barulho da explosão foi tão forte que também assustou a comunidade do entorno do parque industrial.  

Toda a Refinaria está parada para manutenção e interligação com as novas unidades, já que passa por obras de expansão de sua capacidade de produção. A manutenção e a ampliação da Repar envolve cerca de 24 mil trabalhadores. Destes, cinco mil estão envolvidos com a parada de manutenção das atuais unidades. 

O acidente ocorreu em um momento crítico, pois é justamente durante as paradas e partidas que os riscos se ampliam. Logo, estes momentos exigem a atenção redobrada de todos. O Sindipetro Paraná e Santa Cataria espera que os gestores da Refinaria sejam mais cautelosos com relação à cobrança de prazos para a retomada das atividades, ampliando os cuidados com relação à segurança das pessoas e equipamentos, com análise criteriosa dos riscos. 

O Sindicato lamenta o ocorrido, ao mesmo tempo em que cobra a participação na investigação das causas do acidente e análise das medidas imediatas adotadas após o sinistro, desde os primeiros atendimentos até a operação de evacuar a área. “É fundamental que tudo isso seja elucidado e sirva, no mínimo, de aprendizado”, diz o presidente do Sindipetro, Silvaney Bernardi. 

Acidente semelhante a este da Repar ocorreu recentemente na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia. “É preciso compreender se há correlação entre estes eventos, já que diz respeito a equipamentos similar e que passam pelo mesmo tipo de modificação tecnológica”, aponta Bernardi. 

O fato é que não foi só um susto e muito mais que um alerta. Foi um grave acidente r é preciso interpretá-lo com idoneidade e isenção. “Os trabalhadores não podem ficar à mercê da sorte”, conclui Bernardi.