Suzana Vier / Da Rede Brasil Atual
Para o presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, “faltou jogo de cintura” ao governador Sérgio Cabral (PMDB), ao ordenar a prisão de 439 bombeiros na manhã do sábado (4). Os trabalhadores tomaram o quartel central do Corpo de Bombeiros, no centro do Rio, na noite da sexta-feira (3), em uma manifestação por melhores salários. Os trabalhadores protestam por terem o menor salário do país, com piso de R$ 950,00.
Igayara analisa que após sucessivos erros do governo fluminense e acirramento por parte dos bombeiros, o momento é de “distensionar” as relações. “Do ponto de vista do trabalhador, a situação preocupa e nossa missão é ver como efetivamente ajudar, como mediar o conflito para distensionar nesse primeiro momento em que os dois lados estão radicalizados”, afirmou o dirigente cutista, em entrevista à Rede Brasil Atual.
Os trabalhadores pedem revisão de acordo fechado em 2010 entre governo do estado e funcionalismo público estadual. O acordo prevê reajuste salarial de 1% por mês até 2014. “Não houve sinalização do governo de reabrir negociações, então é mais do que natural o movimento dos trabalhadores”, defende o presidente da CUT-RJ. “A corporação é muito querida e bem vista pela população. Não justifica eles terem o menor salário do país”, critica.
Segundo ele, um grave erro partiu do próprio comando do Corpo de Bombeiros, que não teria encaminhado ao governo do estado as reivindicações do trabalhador. “Pelo que sabemos, quando a demanda do movimento chegou ao governador o movimento já estava endurecido.”
A resolução do conflito vai exigir dos negociadores, num primeiro momento, “acalmar os ânimos”, indica Igayara. “Nossa experiência demonstra que para mediar o conflito não dá para ser aventureiro nem oportunista, e a hora é de acalmar os ânimos”, propõe. “O apoio no momento não é apenas ser solidário, é preciso buscar uma saída em conjunto.”
Fonte: Suzana Vier, Rede Brasil Atual.