Família Bolsonaro quer desestabilizar economia do país ao atacar Banco do Brasil

Da Imprensa da CUT – Embora se auto-intitule “patriota” , a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), apoiada pela extrema direita, segue atacando a economia do país sem se importar com os trabalhadores que podem perder seus empregos. Depois do tarifaço, agora os Bolsonaro querem provocar pânico no sistema bancário brasileiro ao incitar saques nas contas do Banco do Brasil (BB), e ao orientar os devedores de empréstimos para que não paguem suas dívidas à instituição.

Um dos conteúdos atacando o BB foi um vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos Estados Unidos, em que afirmou que o Banco do Brasil “será cortado das relações internacionais, o que vai levar à falência do banco”.

O motivo para esses ataques à economia brasileira é forçar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.  Seu filho Eduardo chegou a dizer que “se houver um cenário de terra arrasada, pelo menos estarei vingado desses ditadores de toga”, numa referência à taxação de 50% do governo de Donald Trump às exportações brasileiras. O deputado se vangloria de ter conseguido as sanções contra a economia brasileira após articulações junto ao presidente dos EUA.

Atos em defesa do BB

Em protesto a esses ataques a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), conjuntamente com os sindicatos dos bancários, fará atos nesta quarta-feira (27), em todo o país. Em São Paulo será em frente ao prédio da matriz do BB na Avenida Paulista nº 2163, a partir das 10 horas.  Em Brasília será às 11h30, em frente ao Edifício Sede BB. Cada sindicato regional definirá horário e local.

Contraf

A decisão foi tomada durante 27ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no último final de semana em São Paulo. A vice-presidenta da CUT Nacional e presidenta da Contraf-CUT Juvandia Moreira, avaliou os debates e decisões da Conferência. “A partir desse processo de conferências, deliberamos fortalecer os atos de 7 de setembro, para defender a soberania nacional, defender o Banco do Brasil, bem como os empregos e os direitos, da saúde e condições de trabalho para as bancárias e dos bancários”, explicou.

“O Banco do Brasil é uma instituição forte e segura. Mas, se estes ataques tivessem chances de surtir efeito, poderia gerar um colapso em todo o sistema financeiro do país e todo o povo brasileiro seria prejudicado. Isso é traição! É atentar contra a soberania brasileira e contra o Sistema Financeiro Nacional, um crime passível de multa e pena de reclusão”, complementou Juvandia.

O Banco do Brasil é público, e assim como as demais estatais tem um importante papel no desenvolvimento do país, fornecendo crédito a juros mais baixos, financiando moradias de alto padrão e populares, a agricultura familiar, o agronegócio, grandes empresas, micro e médias empresas e setores informais. O banco público possui um papel definitivo para a alteração deste quadro gerador de desigualdades. São eles que atendem maior parcela de municípios no país, sobretudo aqueles comumente considerados menos rentáveis.

Haddad denuncia ação bolsonarista

O ministro da Fazenda Fernando Haddad alertou que a extrema direita no Congresso Nacional também prepara novos ataques ao aprovar projetos que perdoam dívidas do agronegócio, setor que não está com problemas financeiros, no Banco do Brasil.

Há projetos no Congresso para perdoar dívidas do agro que não está com problemas. Está aumentando a inadimplência por uma ação coordenada, uma ação deliberada de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, disse o ministro ao canal de YouTube do jornalista Luiz Nassif, na TV GGN.

A alta na inadimplência do agronegócio foi um dos fatores para o tombo no lucro do Banco do Brasil no segundo trimestre (R$ 3,8 bilhões, 60% menos que no mesmo período do ano passado). A Câmara dos Deputados aprovou uma “pauta-bomba” na que autoriza o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para esse refinanciamento.

AGU e PF acionadas

A direção do BB também reagiu e acionou a Advocacia-Geral da União (AGU). No ofício enviado no final de semana à instituição, o Banco do Brasil diz que bolsonaristas estão tentando causar “caos” no sistema financeiro e colocar instituições contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal (PF) também está investigando.

Os bolsonaristas se utilizam da Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, como justificativa para propagar a ideia de que o Banco do Brasil estaria sujeito a sanções internacionais por não bloquear os cartões do ministro do STF Alexandre de Moraes. A alegação infundada diz que a instituição poderia sofrer restrições do governo norte-americano, o que além de uma irresponsabilidade, pode ser responsabilizado como um crime contra o sistema financeiro.

O BB pede medidas jurídicas para conter as fakes news nas redes sociais, que tem potencial para gerar pânico bancário e comprometer a estabilidade do sistema financeiro nacional. O BB denuncia que essas informações infundadas promovem uma corrida bancária para que os clientes saquem, de maneira inadequada os recursos do banco, sem uma base verdadeira, sem uma base factual.

Além de Eduardo Bolsonaro, o BB também citou outros parlamentares, como o deputado do Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, que defende Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), que recomendaram para que os correntistas do retirem seus dinheiros do banco.

Lula defende cassação de Eduardo Bolsonaro

Da Agência Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (26) que o Congresso Nacional comece a discutir a cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele pediu licença de 122 dias do mandato parlamentar em março e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. Desde então, tem atuado junto às autoridades norte-americanas para a aplicação de sanções ao Brasil.

Para Lula, o comportamento do deputado é, “possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.

“Não existe nada que possa ser mais grave do que uma família inteira ter um filho custeado pela família, um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados, insuflando com mentiras e com hipocrisias, um outro Estado contra o Estado nacional do Brasil”, disse.

“Nós vamos ter que fazer disso uma frente de batalha no campo da política, não é no campo do governo, para que a gente possa fazer com que esse país seja respeitado”, acrescentou Lula ao abrir a segunda reunião ministerial de 2025.

 

[Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil – arquivo]