A população macaense tem a oportunidade, hoje, de comprar alimentos direto do campo, sem agrotóxicos, produzidos por assentamentos do MST na região. A Feira Estadual Cícero Guedes estará em funcionamento durante todo o dia, na Praça Veríssimo de Melo, no Centro. A primeira edição da Feira Cícero Guedes foi realizada em frente ao Edise, em 2012, e nos anos seguintes se ampliou pelo estado.
O MST lembra que “a Feira Estadual da Reforma Agrária carrega o nome e o legado do militante do MST Cícero Guedes, tombado na luta pela terra em 2013. O lutador popular foi assassinado por pistoleiros nos arredores da Usina Cambaíba, onde coordenava o Acampamento Luiz Maranhão, em Campos dos Goytacazes (RJ)”. Atualmente, Cícero dá nome a novo acampamento, no mesmo local.
Histórico da Feira Cícero Guedes
A Feira de hoje em Macaé integra o circuito da 13ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes no Rio de Janeiro. A iniciativa, tombada como Patrimônio Imaterial da cidade do Rio de Janeiro, tem neste ano o propósito especial de celebrar os 25 Anos do MST no estado os três anos do Armazém do Campo-RJ, como também os quatro anos da construção da identidade social Terra Crioula, que representa a produção da Reforma Agrária Popular realizada nos acampamentos e assentamentos do estado.
“E seguimos lutando nos acampamentos e assentamentos do estado e seus diversos coletivos, a construção de espaços de comercialização como o Terra Crioula e o Armazém do Campo. A luta e resistência no Irmã Dorothy, no PDS Osvaldo de Oliveira e Edson Nogueira, e hoje com a retomada do acampamento Cícero Guedes, como os frutos das primeiras sementes plantadas em 1996, em Campos dos Goytacazes”, destaca o movimento.
Histórico do MST RJ
Foram 25 anos de organização na luta pela terra no Rio de Janeiro, marcadas pela ocupação de terra na fazenda Capelinha em Conceição de Macabu, Norte Fluminense, em 1996. De lá pra cá foram muitas lutas e conquistas nas quatro regionais em que o Movimento se organiza, com 19 assentamentos e 2 acampamentos. O Acampamento Cícero Guedes, levando o nome do saudoso militante que tombou na luta, no mesmo local, em 2013, é o mais recente acampamento na Regional Norte. Conta com mais de 300 famílias organizadas, com ciranda para as crianças e produção para coletiva para a alimentação do povo acampado. A antiga fazenda Cambahyba, que além de explorar seus trabalhadores servia à ditadura empresarial-militar incinerando corpos de militantes de esquerda torturados e assassinados, hoje é território do povo Sem Terra organizado.
Nessa caminhada de 25 anos, o MST também segue lutando e acumulando em diversos temas fundamentais com os diversos coletivos e setores do movimento, mobilizando e pautando as questões de gênero, LGBTQI+, juventude, saúde e cuidado, educação, comunicação, produção e comercialização, entre outras.
Na produção e comercialização, além das conquistas dos coletivos regionais, segue a organização do Espaço de Comercialização Terra Crioula na capital e regiões, assim como a estruturação do Armazém do Campo na cidade do Rio de Janeiro. Com o lema “Produtos da Reforma Agrária, Cultivando Luta, Resistência e Produção”, foi elaboradas em 2010 a identidade social Terra Crioula para carregar a nossa produção do estado com os valores e princípios do MST e da Reforma Agrária Popular.
A produção estadual que se faz presente desde a primeira Feira Estadual na passarela em frente ao Edise (Edifício sede da Petrobrás, no Rio), conquistada em 2012 e passa a ser realizada no Largo da Carioca nos anos seguintes. E em 2017 a conquista de um espaço de comercialização na Lapa que leva também o nome Terra Crioula, que se desdobra em espaços de feira e entrega de cesta da Reforma Agrária nas regiões do estado. E em 2019, o Armazém do Campo, juntamente com a produção do MST de outros estados do Brasil.
[Imprensa do NF e Comunicação do MST]