Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, fez novas declarações sobre o sucateamento da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso. De acordo com o dirigente, a empresa não só estava sendo preparada para ser vendida, como também estava afundando devido à falta de investimentos. Para se ter uma ideia, aponta o diretor, na era FHC a estatal brasileira investia menos de US$ 200 milhões por ano no setor de refino. Atualmente, a empresa investe US$ 200 milhões por mês.
Segundo Grabrielli, se a companhia seguisse naquela mesma linha, ela certamente teria afundado. “A Petrobras estava sendo afundada. Se continuássemos inibidos nos leilões para deixar que os outros entrassem, se continuássemos preparando as refinarias para serem vendidas, se fosse mantida aquela política de enfraquecimento da engenharia interna e a redução do investimento, sem acelerar a contratação de gente, nós mataríamos a Petrobras”, disse Gabrielli. A intenção do governo tucano, segundo o dirigente, era de implementar um conjunto de ações para inibir o crescimento da estatal, deixando-a cada vez mais pequena, dando espaço para o mercado internacional.
No governo Lula, afirmou Gabrielli, a Petrobras passou por uma profunda reestruturação, com vistas ao fortalecimento da petroleira e, mais recentemente, com o objetivo de se tornar a companhia líder mundial em exploração de águas profundas. “Estamos preparando a Petrobras para ser a maior produtora de petróleo do mundo em águas profundas, que vai ter a responsabilidade de ser a única operadora do pré-sal brasileiro. Temos o maior crescimento da produção previsto por novas descobertas do mundo e temos três vezes mais unidades produtivas em águas profundas do que qualquer outra do mundo”, afirmou.
Memória curta – Para o deputado Luiz Alberto (PT-BA), o candidato tucano à presidência, José Serra (PSDB), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, devem estar com a memória curta, quando afirmam que a Petrobras se fortaleceu na era FHC. “A Petrobras foi esquartejada no governo FHC. Houve contínua redução de investimentos em todos os setores, inclusive em manutenção, o que acabou culminando na ocorrência de graves incidentes nas refinarias, a exemplo do que ocorreu na plataforma P-36, que explodiu e matou 11 pessoas”, lembrou o petista.
Luiz Alberto também lembrou da onda de terceirização de mão-de-obra na estatal. Segundo o parlamentar, na era FHC existiam quatro funcionários terceirizados para cada efetivo. “O presidente Gabrielli está certíssimo ao afirmar que estavam querendo afundar a Petrobras. O governo Lula não só reverteu este quadro, como também fez dela a segunda maior petrolífera do mundo”, destacou.