FPSO operado pela Modec coloca em risco segurança e meio ambiente

Novamente o FPSO Rio de Janeiro, navio afretado da Modec pela Petrobrás, coloca em risco o meio ambiente e a segurança dos trabalhadores a bordo.

No último dia 23, às 13h30, foi identificado um rasgo no casco do navio, a cerca de um metro de profundidade, ocasionando aumento de volume nos tanques, de acordo com informações repassadas ao Sindipetro-NF pelos trabalhadores. Houve a necessidade de desembarcar pessoas não essenciais, permanecendo somente aqueles para garantir a estabilidade, contenção, mergulho, entre outras atividades, em um total de cerca de 50 trabalhadores.

Risco ao Meio Ambiente

Uma mancha com dimensões de 4.500 metros por 200 metros, com volume estimado de 3.000 litros de óleo, foi identificada nas proximidades do navio, resultante do furo no casco do navio.

Histórico

O FPSO Rio de Janeiro é um navio contratado pela Petrobrás e operado pela Modec do Brasil. A embarcação está com a produção interrompida desde julho de 2018 para processo de descomissionamento (desativação da unidade).

Em Janeiro deste ano houve vazamento de óleo de um dos tanques deste mesmo navio. À época, apesar da solicitação do Sindipetro-NF, a Petrobrás descumpriu o Acordo Coletivo de Trabalho e não permitiu a participação do sindicato na comissão de investigação de acidente.

 

“Fico imaginando o que eles tem para esconder a bordo, além do fato do acidente”, afirmou, à época, o dirigente sindical indicado para aquela comissão, Cláudio Nunes.

Para o sindicato, o tempo veio comprovar que, apesar das tentativas de omitir e ocultar as falhas a bordo, uma hora a verdade vem a tona.

Direitos dos Trabalhadores

O Sindipetro-NF vai solicitar a participação na investigação deste acidente, conforme garantido pelo atual ACT (cláusula 76) e também pela NR 37.

Além de atuar na investigação das causas do acidente, o sindicato exige da Petrobrás que não haja prejuízos aos trabalhadores que foram obrigados a desembarcar. A entidade entende que não é justo que os trabalhadores sejam penalizados pelas falhas da empresa.

O cenário reforça as mazelas do afretamento e da tercerização, que geram redução na segurança, tendo em vista que a fiscalização para a manutenção se torna mais difícil. Com isso, os trabalhadores, que além de não terem condições mínimas de segurança para trabalhar, ficam a mercê das empresas estrangeiras que não fazem o mínimo esforço para cumprir as leis e normas de segurança vigentes no Brasil.