Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás debate política de preços dos combustíveis em audiência pública na sexta

Imprensa FUP – A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás realiza na sexta-feira, dia 12, uma audiência pública virtual para debater a os preços dos combustíveis no Brasil (veja no final da matéria como participar). A audiência contará com a participação da FUP e de seus sindicatos, que vêm há quatro anos denunciando os impactos da política de preços dos derivados que as gestões neoliberais da Petrobrás impuseram ao povo brasileiro.

Desde 2016, a empresa pratica o Preço de Paridade de Importação (PPI), que varia conforme o sobe e desce do valor do barril de petróleo no mercado internacional e as oscilações do dólar e dos custos de importação, o que faz com que os reajustes sejam frequentes e abusivos. “É um absurdo essa política de preço dolarizada, baseada em preço de importação de combustíveis, praticada desde o governo de Michel Temer. Essa ação afeta duramente os consumidores, que já estão lutando pela sua sobrevivência com essa pandemia”, alerta a Frente Parlamentar.

Para o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, a tentativa da gestão bolsonarista de suavizar os reajustes é uma resposta às mobilizações populares e dos movimentos sindical e sociais. “Um dos principais papéis da Petrobrás é garantir o abastecimento do mercado nacional a preços justos para a população brasileira. A gestão da empresa precisa entender que é possível manter os preços domésticos alinhados com os preços internacionais, mas sem penalizar o brasileiro e a brasileira com reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo”, ressaltou o líder petroleiro, lembrando que “se o governo federal e atual gestão da Petrobras adotassem uma política de preços baseada nos custos nacionais de produção, mesmo com alguns ajustes para atender critérios internacionais, os derivados de petróleo seriam bem mais baratos sem precisar responsabilizar os tributos que têm a finalidade de atender as demandas sociais do povo com serviços públicos de qualidade”.

 

A Frente Parlamentar alerta que o Brasil lutou décadas pela autossuficiência na produção de petróleo, preservando a hegemonia e o papel estratégico da Petrobras e que “o governo Bolsonaro joga toda essa conquista fora”.  Os parlamentares ressaltam ainda que a privatização das refinarias criará monopólio privado regional e “o que já é ruim, pode piorar muito mais, com os preços totalmente nas mãos de entes privados”.

Gás já aumentou mais de 130%

Estudo da subseção Dieese da FUP aponta que, desde julho de 2017, os derivados de petróleo sofrerem centenas de reajustes nas refinarias, acumulando aumentos de mais de 130%, no caso do gás de cozinha, de 60%, como aconteceu com a gasolina, e mais de 43% no que diz respeito ao diesel (saiba mais aqui). Esta semana, a Petrobrás realizou mais um reajuste nos preços dos derivados. A gasolina ficou 8% mais cara nas refinarias, o diesel aumentou 6,2% e o gás de cozinha, 5,1%. “Por conta dessa política, estamos sofrendo com aumentos descontrolados dos derivados de petróleo, o que inviabiliza setores estratégicos da economia, além de afetar massivamente a população”, alerta o coordenador da FUP.

Em suas redes sociais, o coordenador da Frente Parlamentar, senador Jean Paul Prates (PT-RN), criticou o viés financista da imprensa na cobertura do tema. Exemplo disso é a reportagem do Jornal Nacional que foi ao ar na segunda-feira, 08, sobre o efeito que a política de preços tem nas ações da Petrobras. O JN entrevistou apenas analistas financeiros que veem a Petrobras como empresa privada e não como uma empresa pública, criada para garantir o abastecimento com soberania nacional.

“O povo e os empreendedores estão preocupados é com o país que por 50 anos correu atrás de ser autossuficiente para agora vender suas refinarias na bacia das almas e impor preço internacional em dólar à sua economia”, disse o senador. “O povo passou o dia preocupado com o preço que está pagando pela gasolina, diesel e botijão e o Jornal Nacional tenta nos convencer que ser autossuficiente com preços dolarizados e voláteis é algo positivo. Só se for para os importadores”, completou.

Saiba como participar da audiência:

Quando: sexta-feira, 12 de fevereiro

Horário: 09h

Link: https://bit.ly/3aM7DVf