Da Imprensa da FUP – Na tarde desta quinta-feira (25) ocorreu a primeira reunião da Comissão que trata sobre o Plano de Cargos, entre o RH da Petrobrás e representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O encontro tratou sobre dois assuntos muito caros à categoria: o Plano de Cargos e o Teletrabalho.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, reafirmou a extrema relevância desses assuntos para a categoria e problematizou o processo de implementação do Plano de Carreiras e Remuneração: “Infelizmente não houve um processo de escuta, de pesquisa, de dar uma atenção às pessoas de fato, na hora de implementação do PCR e os problemas gerados pela existência de dois planos são evidentes”.
No entendimento da FUP, assim como o acordo de redução de jornada foi negociado, Plano de Cargos, Remunerações variáveis e Teletrabalho também podem e devem ser. A entidade entende que não há porque não ter regras de horário diferentes entre aqueles que realizam jornada de 6 horas, seja por redução de jornada ou por serem de atividade diferenciada.
Bacelar reforçou a visão da Federação: “Precisamos de fato ver o que tem de bom em um e outro plano de cargos e construir um novo e único plano de cargos e tabela salarial para todo o Sistema Petrobrás, incluindo PBio e ANSA, independente da função e da empresa”.
Os dirigentes solicitaram que enquanto não houver essa unificação a empresa precisa garantir a isonomia entre os planos, já que apesar do 20% de Avanço de nível para o Plano de Classificação e Avaliação de Cargos (PCAC), se mantém a desigualdade.
Em relação às regras de mudança de ênfase, a FUP questionou os critérios para elegibilidade e quem define essas mudanças, e exigiu total transparência nas regras sobre o tema. Para a entidade, a gestão não pode criar uma nova ênfase sem negociar com o sindicato e precisa garantir capacitação para os trabalhadores e trabalhadoras que mudarem de ênfase.
Teletrabalho
Bacelar voltou a frisar a necessidade dos sindicatos participarem da construção de um regramento coletivo para o teletrabalho: “Tudo aquilo que a empresa decide fazer sem construir um acordo entre as partes e com os trabalhadores, gera problemas, e é um fato que temos um problema instalado em relação ao teletrabalho”.
A Federação relatou o histórico da luta da entidade em relação ao teletrabalho, que data de mais de cinco anos, e reforçou a conquista da garantia no ACT do teletrabalho integral para os PCDs e pais de PCDs, para os transferidos, e para os trabalhadores com doenças graves ou dependentes nessa situação. No caso dos transferidos, a Federação frisou a possibilidade de que caso seja necessário o trabalho presencial, os empregados possam se apresentar na unidade mais próxima do seu local de moradia.
A FUP entende que algumas das críticas recebidas pela entidade por parte de gestores são responsabilidade da empresa, como destacou a diretora Cibele Vieira: “A lógica do trabalho entorno da entrega e não da jornada foi determinada pela gestão da empresa, o que fez que as pessoas se adaptassem a ela, hoje a empresa não pode falar o contrário de forma unilateral. Precisamos regrar isso de forma negociada, porque as regras têm que fazer sentido no dia a dia do trabalhador”.
Próximos passos
A comissão de Plano de Cargos seguirá durante o mês de agosto. A FUP solicitou reuniões específicas para aprofundar 4 temas no próximo mês :
– Progressão de carreira. Regras atuais de distribuição da verba e avaliação do AN&P, assim como dados sobre a situação da categoria como em relação a: tempo médio de permanecia como Júnior, Pleno, Sênior e master. Segmentado por gênero, raça e regime.
– Remuneração: comparações com outras empresas do salário inicial, topo da carreira e remunerações médias.
– Cargos/ênfases atuais nos planos e atividades que existem na empresa e que não estão no plano de cargos porque são exercidas por prestadores de serviços. Esmiuçar a lógica de divisão entre Júnior, pleno, Sênior e Master.
– Formas de seleção para cargos de chefia e consultoria, Iniciativas de formação e mentorias.
A Federação entende necessário um diagnóstico e um aprofundamento das reflexões sobre como a estrutura da empresa está regrada hoje sobre as atividades exercidas por todos os trabalhadores e o reconhecimento e progressão da carreira.
Esse reconhecimento e progressão não devem ser separados da função gerencial e especialista como é hoje. A entidade requer dados para avançar em uma negociação consistente de um novo Plano de Cargos.