FUP cobra que gestores da Petrobrás ouçam os trabalhadores e priorizem a vida

 Imprensa da FUP

Após mais uma cobrança da FUP sobre o Fórum Nacional de SMS, que até hoje não foi realizado porque, segundo o RH da Petrobrás, ainda não houve agenda disponível da diretoria, a empresa, finalmente, propôs o dia 06 de setembro como data para o encontro. A proposta foi apresentada em reunião nesta quarta-feira, 24, com a presença das gerências executivas de SMS e do RH. Foi preciso uma sucessão de mortes de trabalhadores e diversas mobilizações para que a Petrobrás começasse a cumprir o que acordou com a categoria em 15 de setembro do ano passado, no fechamento da campanha salarial. O Fórum Nacional foi um dos itens acordados com a empresa em 2010, para que as entidades sindicais discutam com a diretoria e as gerências executivas propostas de políticas e diretrizes relacionadas a SMS.

A FUP abriu a reunião protestando contra os recentes acidentes na Bacia de Campos e no Rio Grande do Norte, que elevaram para oito o número de trabalhadores mortos em agosto. Após a realização de um minuto de silêncio proposto pela Federação em memória dos trabalhadores mortos, a reunião prosseguiu com uma série de questionamentos dos dirigentes sindicais em relação às práticas autoritárias dos gestores da Petrobrás, que continuam arriscando a vida dos trabalhadores para priorizar as metas de produção. É o caso das subnotificações de acidentes com afastamento, das condições precárias das plataformas e de outras unidades operacionais, do alto grau de terceirização, dos efetivos ainda aquém das necessidades, da falta de investimento necessário para que a empresa cresça com segurança, das práticas antissindicais e desrespeito aos acordos coletivos, entre tantos outros absurdos que se transformaram em rotina.

 

Na Bacia de Campos, onde as plataformas têm sido interditadas por falta de segurança, os gestores da empresa chegam ao cúmulo de posarem de baluartes do SMS para tentar enganar a justiça do trabalho nos enfrentamentos com a categoria. Ao se contrapor à paralisação indicada pelo Sindipetro-NF, na última segunda-feira, em protesto contra o acidente aéreo que matou quatro trabalhadores (apesar de todos os alertas feitos pelo sindicato), a Petrobrás teve o desplante de fundamentar o pedido de liminar contra a greve alegando que o movimento representaria “grave risco à segurança”. A FUP criticou reiteradamente essas práticas e ressaltou que o Fórum Nacional no próximo dia 06 (onde estarão presentes o presidente José Sérgio Gabrielli e os diretores e gerentes executivos da empresa) deve apontar mudanças estruturais no modelo e gestão de SMS, a partir de propostas discutidas com os trabalhadores. É preciso priorizar a vida, colocando a segurança em primeiro plano, mesmo que isso impacte as metas de produção da Petrobrás.