Da Imprensa da FUP – A FUP e seus sindicatos participaram nesta semana, na última desta quarta-feira, 25, da primeira reunião da Comissão de Negociação do novo plano de cargos e salários, que contou com a presença de gestores da Petrobrás e das subsidiárias. O tema central desse primeiro encontro girou em torno das atribuições profissionais e dos cargos.
A Federação começou a reunião com um minuto de silêncio, em protesto pela morte do caldeireiro Carlos Rodrigo Medeiros, de 43 anos, vítima de acidente de trabalho, durante uma movimentação de carga na Replan. A entidade criticou enfaticamente a negligência da gestão da empresa com a segurança dos trabalhadores, alertando, mais uma vez, sobre a iminência de um grande acidente de trabalho no Sistema Petrobrás.
Os dirigentes sindicais lembraram os esforços coletivos no GT da Prestação de Serviços por melhores condições de saúde e segurança e afirmaram que não adianta melhorar os processos, se não houver recomposição dos efetivos e condições decentes de trabalho para todos os empregados, sejam eles próprios ou contratados. É inaceitável que trabalhadores passem necessidades dentro do Sistema Petrobrás, ao permanecerem semanas a fio com salários atrasados, como tem acontecido com a LCD e a Seatrion.
Repúdio à ação antissindical da Petrobrás
A FUP também condenou a ação antissindical da Petrobrás, ao se retirar da mesa de negociação com a FNP, que seria realizada na parte da manhã, após a gravação da intervenção de um dirigente da entidade. Para a FUP, a atitude autoritária, além de censura, é um ataque à liberdade de autonomia sindical. Gravar falas pontuais dos diretores sindicais nas mesas de negociação tem sido uma prática das duas entidades e não causa qualquer prejuízo para a empresa.
Se a Petrobrás não concorda com essa prática, que negocie coletivamente com as entidades a forma de cobertura das reuniões, mas é inconcebível qualquer tipo de cerceamento da comunicação das federações. Diferente do que a gestão alega, gravar a fala dos dirigentes não é lacração e, sim, passar o sentimento da reunião para a categoria, além de ser um meio de aumentar a transparência do ambiente negocial, onde cada parte deve respeitar a fala da outra.
Avanço de nível e promoção
Outro ponto cobrado pela FUP foi o processo anual de avanço de nível e promoção, que acontece normalmente no mês de julho, mas que até o momento, ainda não há informações por parte da empresa, o que já gera preocupação na categoria, principalmente, após as declarações recentes da gestão sobre austeridade e cortes de gastos. O RH informou que o processo está em andamento e que não há qualquer orientação de cancelamento. A FUP cobrou uma posição formal da empresa, que se comprometeu a responder nos próximos dias.
Retomada da convocação de concursados
A FUP também cobrou explicações da Petrobrás sobre a suspensão do processo de contratação das turmas de trabalhadores aprovados no concurso PSP 2023-2, que aguardavam a convocação. Segundo o RH, a suspensão ocorreu por decisão judicial, devido a ações de alguns trabalhadores pleiteando transferência do local de trabalho. A Federação reforçou a necessidade da empresa resolver o mais rápido possível o impasse e retomar o quanto antes a convocação de todos os aprovados, de forma a zerar todos os cadastros de reserva.
Por um só plano, democrático e justo
No debate com a Petrobrás e as subsidiárias sobre o novo plano de cargos, a FUP ressaltou a expectativa da categoria petroleira de que a comissão de negociação avance na construção coletiva de um só modelo para todo o Sistema, que atenda as principais premissas da proposta conjunta apresentada pelas duas federações sindicais. Além de um plano unitário, negociado e regrado coletivamente, a FUP e a FNP defendem que ele promova equidade e diversidade, valorize e retenha os trabalhadores, repare as distorções causadas pela imposição de dois planos desiguais (PCAC e PCR) e que garanta transparência e gestão participativa. Veja abaixo:
PLANO-DE-CARGOS-pauta-01042025 (1)Nessa primeira rodada de negociação, foram discutidas as atribuições profissionais e os cargos. A Petrobrás fez uma apresentação conduzida pela FIA, empresa de consultoria que participou da elaboração do PCR, implementado de forma unilateral e assediosa na gestão de Pedro Parente (governo Temer). A apresentação reforçou aspectos do PCR que as entidades sindicais criticam sistematicamente, como a multifunção, e que têm sido, inclusive, questionados na Justiça, com ações favoráveis aos trabalhadores.
“Apesar da Petrobrás abordar pontos que convergem para a possibilidade da escolha de carreira, por outro lado, reforçou o atual modelo do faz-tudo nível médio e do faz-tudo nível superior. Demonstramos o nosso posicionamento contrário, pois esse modelo abre uma brecha muito grande para o desvio de função e tira a clareza sobre o que é de fato a função do trabalhador. A nossa proposta usa como base o PCAC, onde defendemos que as atribuições profissionais sejam bem definidas”, explica o diretor da FUP, Tezeu Bezerra, que coordenou a participação da entidade na reunião.
Nas próximas rodadas de negociação da Comissão, marcadas para os dias 09 e 17 de julho, os temas serão o horizonte das carreiras e a estrutura salarial, respectivamente. Em agosto, haverá mais duas reuniões, que abordarão critérios de movimentação e outras questões do novo plano de cargos.
Veja abaixo a análise da FUP sobre a primeira reunião da Comissão: