FUP intensifica luta contra o PLS 131

Resistência que faz a diferença!

Primeira Mão 1192 – O mês de agosto começou repleto de desafios e lutas para os petroleiros. A volta das atividades no Congresso Nacional, após duas semanas de recesso parlamentar, foi marcada por intensas mobilizações contra o PLS 131 e o desmonte da Petrobrás. A FUP e seus sindicatos deram o recado logo assim que os senadores e deputados desembarcaram no aeroporto de Brasília: ninguém entrega o pré-sal, nem a Petrobrás!

Com seus uniformes laranja, reafirmando o orgulho de trabalharem na maior empresa do país, os petroleiros têm demonstrado que disposição de luta é o que não falta à categoria. Seja nos locais de trabalho, nas ruas ou no Congresso, continuarão a postos, enfrentando os entreguistas de cabeça erguida. Os senadores que defendem o projeto de José Serra sentiram a pressão e adiaram por três vezes a instalação da Comissão Especial que analisará a proposta de mudanças nas regras de exploração do pré-sal.

No último dia 12, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), impediu, arbitrariamente, o acesso dos dirigentes da FUP à Casa e, numa clara demonstração de autoritarismo, alterou, por conta própria, a composição da Comissão para privilegiar o bloco parlamentar que é favorável ao PLS 131. Além disso, impôs a nomeação de Ricardo Ferraço (PMDB/ES) para a Relatoria, senador que já se posicionou favorável à proposta entreguista de Serra, quando foi relator do projeto na CCJC.

A briga, portanto, será dura e, mais do que nunca, dependerá da capacidade de mobilização e de resistência dos petroleiros. O que está em disputa no Congresso Nacional é o controle e a destinação da maior reserva de petróleo do planeta. Estudos recentes apontam que o pré-sal tem ainda mais de 170 bilhões de barris de petróleo para serem explorados. O PLS 131 é apenas o primeiro passo para alterar o regime de partilha e abrir o caminho para a entrega deste tesouro às multinacionais, como Serra prometeu à Chevron, em 2009.

Renan não conseguirá calar os petroleiros

Em suas manobras para favorecer os setores que apoiam mudanças nas regras do pré-sal, o presidente do Senado, Renan Calheiros, tem se espelhado em seu colega de partido, Eduardo Cunha, que preside a Câmara dos Deputados como se fosse um ditador. Assim como ele, Renan está ultrapassando todos os limites do cargo que ocupa e atropelando reiteradamente o processo democrático para fazer passar o PLS 131. De forma autoritária, ele barrou o acesso da FUP e de seus assessores ao Senado, descumprindo o habeas corpus que garantiu à Federação o direito de acompanhar as sessões e votações do projeto.

O objetivo é tentar calar os petroleiros, como Renan ousou fazer no dia 17 de julho, quando mandou a polícia parlamentar retirar à força os trabalhadores do plenário, durante a votação que aprovou o regime de urgência para o PLS 131. Nas sessões seguintes, a FUP intensificou as mobilizações no Senado, conseguiu derrubar a urgência e, desde então, vem resistindo às manobras que tentam apressar a tramitação do projeto. A categoria não se intimidará com essas arbitrariedades. A luta em defesa do pré-sal é pra valer e os petroleiros farão o que for preciso para impedir que os entreguistas alterem o regime de partilha.