Da Imprensa da FUP – Diretores da FUP participaram nesta terça, 20, das manifestações contra os juros altos que o Banco Central está impondo à população. Junto à CUT, demais centrais sindicais e movimentos populares, a FUP acompanhou ato de protesto em frente à sede do Banco Central no Rio de Janeiro. Para o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, o presidente Lula tem razão, “não existe explicação para esses juros altos, o presidente do Banco Central está brincando com o país e quem é mais prejudicado com isso são as pessoas mais pobres e os empresários que querem investir em seus negócios. ” E completou, “seguimos com a responsabilidade de ajudar a economia brasileira a crescer. Nós precisamos gerar emprego. ”
Cibele Vieira, diretora da FUP, destacou que o Banco Central está dificultando todas as políticas fiscais e de incentivo que o governo está fazendo em prol da população. “É tudo interesse político de manter ganhando aqueles que sempre ganharam à custa do povo brasileiro, isso a gente não vai mais aceitar.”
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirmou “Não vamos sair das ruas enquanto o Campos Neto não baixar a Selic. Se ele não fizer isso, vamos ao Senado pedir a cassação dele. Porque o papel do presidente o BC é promover emprego, desenvolvimento do país e ele está fazendo o contrário.”
Protestos em todo o país
A CUT, as demais centrais sindicais e os movimentos populares ocuparam as ruas das principais cidades do país desde as primeiras horas da manhã desta terça para pressionar o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a baixar a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75%.
As manifestações fazem parte da Jornada de Lutas contra os Juros Altos, que começou na sexta-feira (16), com passeata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e ação nas redes sociais.
Os protestos foram realizados em frente às sedes do Banco Central e locais de grande circulação para cobrar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pare de boicotar a economia e o país e reduza a taxa de juros.
Em Minas Gerais, o ato organizado pela CUT-MG e pelo Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, começou na capital mineira em frente à sede do Banco Central.
O presidente da CUT-MG, Jairo Nogueira apontou a importância de uma mudança na política do Copom, para permitir o crescimento e desenvolvimento do país.
“Os juros precisam cair para que consigamos gerar mais empregos e melhorar o consumo. Para que o dinheiro fique mais barato”, disse, antes da manifestação se descolar até a Praça Sete, onde os dirigentes conversaram com a população.
No Rio de Janeiro, o protesto teve apitaço para denunciar os juros absurdos. Em frente à sede do Banco Central, na Avenida Presidente Vargas, na capital carioca, movimentos sociais, comitês populares de luta e representantes de trabalhadores empunharam faixas para denúncia como a atual política do Copom prejudica a população.
“Os investidores e empresários estão pressionando por manter a Selic em alta porque querem continuar lucrando com a especulação. Nós temos que fazer a nossa pressão nas ruas, defendendo os direitos do povo, defendendo a geração de renda. Não há motivo para que o Brasil siga com a maior taxa nominal de juros do mundo. Por isso, vamos seguir nas ruas”, afirmou a vice-presidenta da CUT-Rio, Duda Quiroga.
Presidente da Federação Livre de Telecomunicações e do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-Rio), Luiz Antônio Silva, apontou porque Campos Neto, tem jogado contra o crescimento econômico.
“Campos Neto é de uma família de economistas que sempre atuou em nome do grande capital, apoiou a ditadura e se aliou a Bolsonaro. Ele foi colocado no Banco Central por Bolsonaro e segue atendendo a esses interesses. Precisamos que ele saia para o Brasil voltar a crescer”, avaliou.
No Rio Grande do Sul, o dia começou com uma marcha de metalúrgicos em Porto Alegre rumo à sede do Banco Central para se somarem ao ato “Juros Baixos Já” promovido pelas centrais sindicais.
Entre as representações presentes na manifestação, um carro de som trazia setores produtivos ‘amarrados’ à uma personagem representando um banqueiro.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, disse que o país é refém da política derrotada nas últimas eleições e que é preciso ir às ruas derrotar esse segmento.
“Nós temos de reconstruir o Brasil. Temos que ter saúde, moradia, mobilidade urbana e serviços públicos de qualidade. O pacote do Campos Neto é o projeto que foi derrotado nas eleições. Não são eles que governam. Mas para quem interessa isso? Só para os banqueiros e rentistas.”
Na capital paranaense, a CUT, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-PR) e as demais centrais sindicais realizaram pela manhã um ato em frente ao Banco Central.
O presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região, Antônio Fermino, classificou como ‘roubo’ a taxa de juros praticada no país.
“Precisamos que a sociedade entenda que uma Selic de 13,75% só privilegia o capital especulativo, retirando o dinheiro da produção e alocando-o na especulação. Com isso, os beneficiados são somente os banqueiros e os grandes investidores. Baixar os juros é estar comprometido com o povo, com a população periférica e também com as empresas, pois desenvolve todos os setores do País”, disse.
No Recife, capital de Pernambuco, os atos que começaram à tarde em frente aos Correios, na Rua do Sol, mobilizam lideranças sindicais que conversam com a população sobre os da atual política adotada pelo Copom.
O presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, ressaltou porque a classe trabalhadora está na rua para cobrar mudanças na taxa de juros.
A população já sofre muitos impactos na sua vida, como os aumentos nos preços dos alimentos, a diminuição da contratação no mercado de trabalho, além da redução de investimentos do governo em políticas públicas, nas áreas de educação, saúde, habitação, saneamento. Temos que baixar os juros imediatamente”, disse.
Também houve atos em São Paulo, na Avenida Paulista e em Brasília, com a presença do presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre.
Ruim para todos
Além da classe trabalhadora na rua, também os empresários cobraram a redução dos juros. Em nota, divvulgada nesta terça-feira, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou que “após dez meses com a Selic estacionada em 13,75%, tendo a inflação recuado 7,95 pontos percentuais em 12 meses até maio, este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia. Nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais”, aponta o texto.
A Fiesp ressalta ainda que “o remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária, com demanda fraca, câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, inclusive, ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso.”
[Com edição da Imprensa do NF]