Da Imprensa da FUP – Após mais de 90 dias de negociações sem avanços concretos, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), em conjunto com os sindicatos filiados — com destaque para os Sindipetros Norte Fluminense, Bahia e Rio Grande do Norte — rejeitou em mesa as propostas apresentadas pelas empresas multinacionais SLB (antiga Schlumberger), Halliburton e Baker Hughes. A decisão foi tomada em reunião realizada nesta semana, diante da insatisfação generalizada da categoria com os termos apresentados pelas empresas.
As propostas foram classificadas como rebaixadas e desrespeitosas, com reajustes muito abaixo da inflação do período e nenhuma reposição das perdas salariais e de benefícios acumuladas. A data-base da categoria é 1º de maio, e mesmo com mais de um mês de atraso para a apresentação das propostas, as empresas não trouxeram avanços significativos.
“É inadmissível que, após tanto tempo, empresas desse porte — que vêm divulgando balanços com faturamentos bilionários — tratem os trabalhadores e as trabalhadoras com tamanho descaso. Toda essa lucratividade só é possível graças à força de trabalho que atua diariamente nos campos e bases operacionais. Mas, mesmo assim, não oferecem nem sequer a reposição da inflação. Isso é uma vergonha”, afirma Reinaldo Oliveira, diretor da FUP e coordenador da mesa de negociação.
A FUP cobrou formalmente que as empresas apresentem, em prazo curto, uma nova proposta que atenda aos pleitos legítimos da categoria, conforme apresentado pela Federação e pelos sindicatos regionais.
Diante da postura intransigente das empresas, a FUP anunciou que realizará um seminário nacional de greve, com o objetivo de intensificar a mobilização da categoria e preparar um eventual movimento paredista. Já estão aprovadas em assembleia a instalação do estado de greve e a assembleia permanente em diversas bases, garantindo legitimidade para a deflagração da greve caso não haja avanço nas negociações.
“Vamos organizar o seminário de greve com todos os sindicatos e trabalhadores para que possamos construir um movimento forte, unificado e capaz de pressionar essas empresas. Se não houver mudança de postura, vamos exercer o direito legítimo de greve”, reforçou Reinaldo.
A FUP segue atenta, atuando em defesa dos direitos e da valorização de todos os trabalhadores e trabalhadoras que atuam nas prestadoras de serviço da cadeia de petróleo, e reforça que a luta por condições dignas, reposição de perdas e reconhecimento é coletiva e inadiável.