O diretor do Sindipetro-NF, Raimundo Telles, acompanhou na semana passada da Operação Ouro Negro em PCH-2, que reuniu representantes da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), IBAMA e do Ministério Público do Trabalho. Várias irregularidades que colocam em risco a segurança e a integridade dos trabalhadores foram detectadas e levaram às autoridades a registrar laudos de interdição.
Um desses laudos está relacionado aos pisos gradeados. No dia 22 de maio deste ano, o petroleiro Victor Geraldo Brito, 29 anos, caiu de uma altura de 12 metros de um piso gradeado que não estava corretamente afixado, e morreu em decorrência da queda. Durante o processo de investigação desse acidente o sindicato denunciou uma série de irregularidades e não assinou o relatório final da comissão de apuração.
Mesmo após a morte do trabalhador, a Operação Ouro Negro detectou que o problema com os pisos gradeados persiste desde antes do acidente, se transformando em auto de interdição.
Além da questão dos pisos, a fiscalização levantou que a gestão está descumprindo várias Normas Regulamentadoras, além da a realização de serviços executados por trabalhadores terceirizados sem a emissão de PT, demonstrando a falta de treinamento.Também existem falhas na política de monitoração das Recomendações Técnicas de Inspeção (RTI’s). Das mais de 700 existentes, cerca de 500 estão com monitoração vencida, desobedecendo o acordo judicial feito com o Ministério Público do Trabalho.
Um outro ponto crítico para o Sindipetro-NF foi o caso do laboratório de análise, localizado na planta de produção, que acabou sendo interditado. As irregularidades encontradas já faziam parte de uma lista de pendências da CIPA desde 2013. Armazenamento de produtos tóxicos de forma irregular, sistema de exaustão fora dos padrões normativos, falta de extintores, geladeira inadequada para utilização em laboratório, entre outras irregularidades colocavam em risco a saúde, principalmente de quem atuava no local.
A Operação Ouro Negro já fiscalizou as plataformas de P-55, P-56, P-15 e PCH1, também na Bacia de Campos. Agora, a Petrobrás terá que apresentar suas respostas aos questionamentos até o dia 31 de outubro. Caberá ao Sindipetro-NF acompanhar essa situação de PCH-2.