Gerências estão desviando técnicos de operação e manutenção para trabalhos de pintura em plataformas

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O Sindipetro-NF recebeu denúncia da categoria de que gerências de plataformas estão coagindo petroleiros das áreas de operação, de manutenção, entre outras, para que realizem o que estão chamando de “procedimento de pintura simplificada”. O trabalho, que como qualquer outro exige especialização, está sendo feito por técnico de outras áreas, empregados próprios da Petrobrás, em claro desvio de função.

Um dos relatos fala da prática, há mais de um mês, na plataforma P-25, mas a diretoria do Sindipetro-NF também tem obtido informações de que há outras unidades onde gerências estão fazendo o mesmo tipo de coação.

A entidade cobra da empresa uma imediata suspensão deste tipo de desvio e vai enviar ofício às áreas de SMS e de Recursos Humanos sobre o tema. O sindicato aponta ainda impactos sobre a segurança e a saúde.

Há utilização de materiais inflamáveis sem a devida programação de serviços simultâneos, custos e desvio de função ao se utilizar mão de obra especializada — em atividades de alta complexidade para serviços de baixa complexidade, para a qual não é treinada.

O trabalho também pode mascarar situações graves, ao não remover totalmente a corrosão, entre outros fatores que impedem uma correta avaliação. “Há uma subjetividade nos parâmetros de avaliação da integridade. Podendo provocar acidentes devido a avaliações sem o devido critério, feitas por profissionais que não tem em sua responsabilidade a avaliação da integridade devido a corrosão. Bem como deixa sem delimitação o termo grande extensão. Podendo desviar a própria finalidade do procedimento”, explica o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.

O sindicalista afirma que a generalidade no chamamento de profissionais para execução é tão ampla, em razão da falta de critérios sobre quais profissionais estariam aptos a executar estas atividades, que profissionais de praticamente qualquer área na plataforma poderia ser utilizado na execução.

“Vamos pegar um cozinheiro por exemplo, que tem toda uma qualificação e treinamento para o seu tipo de trabalho e é essencial que esteja focado na sua atividade. Pelo chamamento amplo que estão fazendo, nada impediria que o gerente chamasse o cozinheiro para fazer o trabalho de pintura, como qualquer outro profissional de qualquer área, o que é um absurdo”, explica Alexandre.

O sindicato lembra ainda a inexistência de equipamentos próprios (máquina de limpeza industrial e equipamentos rotativos), de treinamento do pessoal próprio e da falta de inserção dos produtos anticorrosivo de pintura e preservação no PGR dos trabalhadores.

A entidade solicita que a categoria continue a enviar relatos sobre a situação para [email protected], sendo garantido o sigilo sobre a identidade do denunciante.